ATA DA TRIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 26-4-2012.
Aos vinte e seis dias do mês de abril do ano de dois
mil e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Beto Moesch, Dr.
Thiago Duarte, Idenir Cecchim, José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz, Márcio
Bins Ely, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Professor Garcia, Sofia
Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Constatada a existência de
quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro
Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Mario Manfro, Paulinho Rubem Berta,
Pedro Ruas, Sebastião Melo, Toni Proença e Valter Nagelstein. À MESA, foram
encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº 060/12 (Processo nº 0718/12),
de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo, o Projeto de Lei do Legislativo
nº 055/12 (Processo nº 0650/12), de autoria do vereador Nelcir Tessaro, e o
Projeto de Lei do Legislativo nº 074/12 (Processo nº 0913/12), de autoria do
vereador Tarciso Flecha Negra. Após, foi apregoado o Memorando nº 006/12, de
autoria do vereador João Carlos Nedel, deferido pelo senhor Presidente,
solicitando licença para representar externamente este Legislativo, hoje, no
Grande Expediente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul em
homenagem ao Dia do Profissional de Contabilidade e comemoração do sexagésimo
quinto aniversário do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul,
às quatorze horas, no Plenário 20 de Setembro do Palácio Farroupilha, em Porto
Alegre. Também, foi apregoado o Ofício nº 006/12, de autoria do vereador Mario
Manfro, deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo, amanhã, na solenidade de abertura do
I Congresso de Alienação Parental – Um Olhar Jurídico e Psicológico, no
Auditório da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul –, em
Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde, emitidos no dia trinta de março do corrente. Durante a
Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Décima Oitava, Décima Nona,
Vigésima, Vigésima Primeira, Vigésima Segunda, Vigésima Terceira, Vigésima
Quarta, Vigésima Quinta e Vigésima Sexta Sessões Ordinárias, da Segunda,
Terceira, Quarta, Quinta e Sexta Sessões Extraordinárias e da Terceira Sessão
Solene. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR,
ao senhor Paulo Roberto Rossal Guimarães, Presidente do Conselho Municipal de
Cultura, que discorreu sobre o Plano Municipal do Livro e Leitura e a criação
do Conselho Municipal do Livro e da Leitura. Em continuidade, nos termos do
artigo 206 do Regimento, os vereadores Professor Garcia, Fernanda Melchionna,
Sofia Cavedon e Dr. Thiago Duarte manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se a vereadora
Fernanda Melchionna. Na ocasião, senhor Presidente registrou as presenças,
neste Plenário, de alunos e da professora Flávia de Almeida, da Escola Estadual
de Ensino Fundamental Cidade Jardim, em visita orientada integrante do Projeto
de Educação Política desenvolvido pela Seção de Memorial deste Legislativo.
Ainda, o senhor Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre
o tema em debate, ao senhor Paulo Roberto Rossal Guimarães. Após, nos termos do
artigo 94, § 1º, alínea “f”, do Regimento, pronunciou-se o vereador Beto
Moesch. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Beto Moesch. Na oportunidade, em face
de Questão de Ordem formulada pelo vereador Engenheiro Comassetto, o senhor
Presidente prestou esclarecimentos acerca da concessão de tempo ao vereador
Beto Moesch, para pronunciamento nos termos do artigo 94 do Regimento, tendo o
vereador Engenheiro Comassetto apresentado recurso contra a decisão do senhor
Presidente e tendo o senhor Presidente determinado que esse recurso fosse
encaminhado por escrito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador
Alceu Brasinha. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se a vereadora Sofia Cavedon, em
tempo cedido pelo vereador Carlos Todeschini, e os vereadores Dr. Thiago
Duarte, Elói Guimarães, Valter Nagelstein, Alceu Brasinha, este em tempo cedido
pelo vereador Elias Vidal, DJ Cassiá, Elias Vidal, Márcio Bins Ely, João Bosco
Vaz e Dr. Goulart. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores
Idenir Cecchim, João Antonio Dib, Sofia Cavedon, João Bosco Vaz, Paulinho Rubem
Berta e Luiz Braz. Na ocasião, em face de Questão de Ordem formulada pelo
vereador João Antonio Dib, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca
do artigo 194 do Regimento. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se o vereador
Beto Moesch e a vereadora Sofia Cavedon, esta em tempo cedido pelo vereador Carlos Todeschini. A seguir, nos termos do
artigo 94, § 1º, alínea “f”, do Regimento, pronunciou-se o vereador Engenheiro
Comassetto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Engenheiro Comassetto. Durante a Sessão, os
vereadores Engenheiro Comassetto, Sofia Cavedon, João Antonio Dib, Sebastião
Melo e Pedro Ruas manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Também, foi
registrada a presença, neste Plenário, da senhora Angela Cecchim. Às dezessete
horas e vinte e nove minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à
hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Mauro Zacher,
Haroldo de Souza, Airto Ferronato e Mauro Pinheiro e secretariados pelo
vereador Airto Ferronato. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Airto Ferronato): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
O Sr. Paulo Roberto
Rossal Guimarães, Presidente do Conselho Municipal de Cultura de Porto Alegre,
está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto
relativo à aprovação do Plano Municipal do Livro e Leitura e a criação do
Conselho Municipal.
O SR. PAULO ROBERTO ROSSAL GUIMARÃES: Boa-tarde,
nobres Vereadores e colegas da Cultura. Saúdo o Presidente da Câmara em
exercício, Ver. Ferronato, e, em seu nome, todos os demais Vereadores. Estou
aqui representando o coletivo do Conselho Municipal de Cultura, composto pela
sociedade civil e por representantes do Governo, que, de forma democrática e
unânime, se posicionou contrário à lei que cria o Plano Municipal do Livro e
Leitura, no que diz respeito à criação do Conselho do Livro e Leitura. Os
motivos são a necessidade de respeito e a observância das prerrogativas da
política pública de cultura do Estado, e não de Governo Municipal, pelo fato
inconstitucional de um setor cultural, setor, aliás, que merece todo o nosso
respeito e consideração, mas que quer se sobrepor à área cultural de forma
açodada e sem o necessário crivo jurídico das instâncias competentes implicadas
numa mudança dessa ordem: a criação de um Plano Municipal Setorial do Livro e
da Leitura na contramão da política pública de todas as instâncias e de um
Conselho Municipal do Livro e da Leitura dentro da área da Cultura, com dotação
orçamentária e demais privilégios de uma instância e representativa que é um
Conselho.
Caros senhores, vemos
uma disfuncionalidade no processo em implantação de criação de políticas
públicas que ferem o Plano Nacional de Cultura e, ao invés de fortalecer o
Conselho Municipal de Cultura, coletivo e representativo da área da cultural, e
apoiar a nossa luta em todas as instâncias, divide por setor e pleiteia a
representatividade, articulação e pactuação do processo político-público,
desdemocratizando a ação contínua da cultura brasileira.
Que estratégia é
essa, nobres colegas da cultura e Vereadores? Uma forma de pensarmos no
coletivo e na área Cultural?
Na celeridade da ação, em regime de
urgência, no dia 21 de dezembro de 2011, na última Sessão, de forma simbólica,
a Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou a Lei n.º 11.226/11, que cria o Plano
Municipal do Livro e da Leitura e o Conselho Municipal do Livro e da Leitura de
Porto Alegre. Caros e nobres Vereadores, por quê?
Recém saímos de um exaustivo processo de
reestruturação do Conselho Municipal de Cultura e sabemos, Srs. Vereadores e
comunidade cultural aqui presente e que nos acompanha pela TVCâmara, que é
pública e notória a dificuldade que enfrentamos para reerguer e colocar em
funcionamento esta pesada estrutura que conta com 66 – eu disse 66 –
conselheiros representativos de 17 regiões na cidade de Porto Alegre, do
Orçamento Participativo, de conselheiros de instituições, associações e
fundações das mais variadas áreas, bem como conselheiros de todos segmentos
culturais na Cidade – eu disse: todos segmentos culturais da Cidade. E estamos
fazendo um trabalho hercúleo, muitas vezes com recursos próprios para valorizar
e levar o processo consagrado no Plano Nacional de Cultura, o nosso Conselho
Municipal de Cultura.
Por outro lado, sempre acompanhamos o esforço muito
louvado desta Casa Legislativa, legítima em suas ações, bem como da
Administração Municipal, que atualizou e melhorou as leis de todos os
Conselhos. E trabalhamos em conjunto para ver erguida a Casa dos Conselhos,
onde todos os coirmãos na mesma luta estarão trabalhando em condições justas e
dignas para desenvolver o seu trabalho.
E aí, estupefatos diante da desconsideração ao
trabalho do Conselho e da comunidade cultural como um todo, cria-se uma Lei
como o Plano Municipal do Livro e da Leitura e, embutido – reforço embutido –, mais
um Plano Municipal de Políticas Públicas. Embutido, porque não sabíamos, no GT
do qual participamos, sobre a articulação para a criação de um Conselho. Mas o
que é isso, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores e comunidade cultural que me
assiste, o que é isso? Desde o início do trabalho do GT, que criou o Plano
Municipal do Livro e da Leitura, na qualidade de Presidente do Conselho,
informamos ao GT que esse Plano deveria passar pelo parecer da plenária do
Conselho de Leitura. Isso porque o Plano é pautado na área de Cultura de Porto
Alegre e está baseado na Secretaria de Cultura do Município, a qual deverá
arcar, através do Funcultura, segundo o Plano, com os custos de gerenciamento
do Conselho do Livro e da Leitura com a dotação de 10%, senhores! E os demais
segmentos como é que ficam? Podemos dar 10% do Funcultura para cada segmento
cultural, senhores? Entendemos que tudo isso deve ser regulado pelo Plano
Municipal de Cultura que está sendo feito, onde todos os segmentos serão
contemplados de acordo com a realidade orçamentária, de forma igualitária.
Deixo claro, nesta respeitosa tribuna, que os
recursos provenientes da rubrica da Cultura no Orçamento anual não contemplam e
não são repassados para o único Conselho Municipal de Cultura da Cidade, que
tem as incumbências de propor, fiscalizar e deliberar ações de políticas
públicas desta área em nossa Cidade.
Os Vereadores envolvidos na Frente Parlamentar, bem
como outros, indiretamente ligados à questão, foram comunicados e alertados que
a proposta do Plano Municipal do Livro e Leitura deveria ser levada como pauta
ao Conselho Municipal de Cultura de Porto Alegre, considerando que se trata
diretamente das questões de matérias culturais, bem como do Orçamento e
gerenciamento da Cultura na cidade de Porto Alegre. Também reitero que os
gestores públicos da Secretaria Municipal da Cultura desta Cidade foram
comunicados em várias ocasiões que o assunto deveria ser pautado na plenária do
Conselho de Cultura.
Inconstitucionalmente, a orientação do Conselho
prevista na Constituição Federal de 1988, na Lei Orgânica do Município, em seu
art. 101, e todas as leis que o regulam, não foi acatada pelo GT do Plano
Municipal do Livro e Leitura, apesar de ser noticiado que teria passado pela
plenária de três Conselhos participantes do GT: Conselho Municipal da Criança,
da Educação e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o
que não aconteceu.
Reforço que, pela sociedade civil, a proposição da
criação do novo Conselho específico para o setor do Livro e Leitura, não foi
aprovada nas duas últimas Conferências Municipais de Cultura de Porto Alegre.
Saliento, ainda, que ao criar novos conselhos com
as mesmas funções do Conselho Municipal de Cultura, ocorrerá uma divisão dos
segmentos que irá enfraquecer e disfuncionalizar a política de Estado de Porto
Alegre, prevista no Sistema Nacional de Cultura, a ser implantado no Município,
e que hoje é constituído pela atuação do Conselho Municipal de Cultura,
juntamente com a Secretaria Municipal de Cultura da Cidade.
Pela organização do Sistema Nacional de Cultura e
de suas prerrogativas, a Secretaria e o Conselho Municipal de Cultura poderão
articular, pactuar e deliberar pela gestão do Plano Municipal de Cultura, do
sistema de financiamento, do sistema de informações de indicadores culturais e
do programa de formação na área da Cultura.
Saliento, ainda, que a criação do Conselho
Municipal do Livro e Leitura se contrapõe e fere os princípios do Sistema
Nacional de Cultura, além de representar uma única classe cultural e grupos de
interesses, também por ser constituída ainda de forma tradicional e arcaica,
não respeitando a diversidade cultural, a incorporação de novos movimentos
sociais e expressões culturais contemporâneas, a descentralização territorial
representativa, a transversalidade, assim comprometendo a autonomia da
sociedade civil e a democratização dos processos decisórios do Sistema Nacional
de Cultura.
Por esses motivos, nobres Vereadores e membros da
sociedade cultural, peço a atenção de todos para este ato de omissão e
desrespeito da Constituição Federal, das leis federais e municipais, valores
sociais e democratização das políticas públicas de Porto Alegre, e pelo
trabalho do já existente desde 1997 Conselho Municipal de Cultura de Porto
Alegre.
Falo agora dos argumentos contrários já usados pelo
segmento do livro e literatura como contraponto.
Participação do Conselho no GT. A participação do
Conselho através de seu Presidente e mais três Conselheiros na abertura e
algumas reuniões do GT do Plano Municipal do Livro e Leitura não invalida a
assertiva de que o assunto da criação de um novo conselho deveria ter tido
ampla divulgação e em nenhuma dessas reuniões em que os Conselheiros estavam
presentes foi falado em criar um novo conselho, somente foi falado sobre o
plano, bem como a participação dos Conselheiros, mesmo que fosse na totalidade
das reuniões, não seria motivo para o assunto não ser debatido e votado pelas
plenárias dos conselhos.
Se a simples presença dos Conselheiros fosse motivo
para aprovar, então as leis em vários níveis também não precisariam ser votadas
em plenário, somente a participação dos Vereadores nas inúmeras reuniões de
discussão, no caso específico, seria o suficiente para aprovar?
Falaremos agora sobre a orientação do Minc – essa
parte é muito importante: lendo a cartilha do Minc, em sua folha 24 consta:
estratégias para financiamento: crie um conselho ou comissão de parceiros
comprometidos com a execução do plano, envolvendo Poder Público, o setor
privado e o terceiro setor; estabeleça, no âmbito desse Conselho, estratégias
de levantamento de recursos que envolvam, de alguma forma, vários interessados.
Achamos que essas sugestões do Minc foram
interpretadas de forma errônea, o que entendemos é que deverá ser criado um
colegiado ou outro nome qualquer para prover o financiamento dessa cadeia
criativa, e não um novo conselho de políticas públicas setorial.
De que adianta criar inúmeros conselhos, um para
cada segmento, se nem o Conselho que reúne todos os segmentos funciona de
maneira satisfatória, como consta em suas prerrogativas, que não funcionam
adequadamente, pois não têm infraestrutura para cumprir com suas finalidades?
Além disso, orientação não quer dizer que precise
obrigatoriamente ser feito. Achamos que devem ser respeitadas as instâncias
existentes – no caso, os conselhos –, e criarem colegiados setoriais conforme
consta no Sistema Nacional de Cultura.
Em nenhum momento sugere a criação de um novo
conselho de políticas públicas específico, salvo melhor juízo.
Deixamos bem claro que não somos contra o Plano
Municipal do Livro e Leitura, e, sim, contra a criação de mais um conselho se
sobrepondo ao já existente.
Por isso, concluindo, pedimos aos nobres Vereadores
que seja feito um projeto de lei alterando a Lei nº 11.226, que criou o
Conselho do Livro e Leitura, mudando o nome para colegiado, comissão, câmara ou
outro qualquer, mas nunca conselho, e que também aperfeiçoem a legislação
vigente, para que isso não possa mais acontecer. Muito obrigado a todos.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Airto Ferronato): Convido o Presidente Paulo Roberto para tomar
lugar à Mesa conosco.
Queremos registrar, com satisfação, a presença da
Escola Estadual Cidade Jardim em visita orientada aqui na Câmara. São 16
alunos, jovens, estudiosos, do 5º ano, acompanhados pela Professora Flávia de
Almeida. Bem-vindos à nossa Casa. (Palmas.)
Também para orientação, informamos ao Ver. Beto
Moesch que o Presidente Mauro Zacher deferiu seu pedido de Tempo Especial. Após
a Tribuna Popular, estará liberado seu tempo.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente, falo em meu nome, em nome do
nosso Partido, o PMDB; em nome do nosso Líder, o Ver. Idenir Cecchim, e dos
Vereadores Sebastião Melo, Haroldo de Souza e Valter Nagelstein. Nesta semana,
como Presidente da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, informo
que abordamos esse tema, e o próprio Presidente Guimarães esteve lá e colocou
esse pleito. Primeiro, demos algumas explicações a ele de que se trata de uma
Lei. A Lei foi votada aqui nesta Casa, e não de forma simbólica, sendo aprovada
por unanimidade, e a Comissão entendia que não tinha condições de fazer uma
nova lei. Mas sugerimos, Sr. Guimarães, e estamos aguardando ainda o ofício que
solicitamos que o Conselho remetesse para a Comissão. Já conversamos,
inclusive, com o próprio Prefeito, o Executivo. Tão logo tenhamos esse ofício,
vamos agendar uma reunião. Então este é o encaminhamento. Gostaria de dar esse
retorno, e quero dizer que todos estão imbuídos da melhor boa vontade para
tentar resolver esse tema. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Airto Ferronato): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, e depois prossegue seu discurso, nos termos do art.
206 do Regimento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, queria cumprimentar o Presidente
do Conselho Municipal de Cultura, seus Conselheiros, e fazer algumas considerações
que me parecem importantes nesse processo de construção do Plano Municipal do
Livro e da Leitura.
Primeiro, com a tranquilidade de sempre, ser uma
defensora da retomada do Conselho Municipal de Cultura e de, toda vez que
chamada a ir ao Conselho, debater o auditório Araújo Vianna, ou a sua
privatização e a necessidade da aceleração da obra; ou as verbas do Fumproarte;
ou as verbas para a Cultura, e ter atendido ao apelo – antigamente como membro
da Comissão de Educação; agora estou na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, mas,
com muita tranquilidade, uma defensora da pauta da Cultura.
Em primeiro lugar, o Plano Municipal do Livro e da
Leitura não nasceu apenas de um Grupo de Trabalho, nasceu de uma mobilização da
Cidade. Relembro a todos e todas as dezenas de “livraços” que foram feitos por
escritores, por bibliotecários, por professores, por estudantes em defesa do
Plano Municipal. Digo isso porque nós não podemos tratar uma conquista como
algo dado, e, sim, como um processo de mobilização, como os Conselheiros muito
fazem em outros temas da Cultura em nosso Município de Porto Alegre. E o Plano
votado em dezembro só teve essa formatação por conta da mobilização.
E quero retomar a formatação do GT, que era
extremamente democrática, tanto é que o Presidente me ligou um pouco antes do
lançamento do edital do GT, que foi oficialmente publicado no Diário Oficial, o
que para nós é muito importante, porque sabemos que, quando não são oficiais,
as coisas demoram muito mais para acontecer na área da Cultura, com a
representação, inclusive, do Conselho por uma luta necessária, um apoio
necessário do Conselho.
Por que é importante resgatar essas questões?
Porque nós tivemos um Grupo de Trabalho que trabalhou 135 dias para redigir um
Plano Municipal do Livro e da Leitura, reconhecido, valorizado e, inclusive,
defendido pelo Conselho Municipal de Cultura, que tem uma posição favorável ao
Plano, e eu, como Presidente da Frente Parlamentar, muito me orgulho dessa
posição. Entretanto, eu quero reparar algumas coisas, porque nós aqui temos que
buscar soluções.
Presidente, primeiro eu coloquei a Frente
Parlamentar de Incentivo à Leitura sempre à disposição para discutir esse tema
com o Conselho. Infelizmente, vocês não tinham agenda para se reunir com a
Frente, e até agora não nos convocaram, porque muito poderia ter sido resolvido
anteriormente.
Ponto dois: a questão do Plano. Nós entregamos, na
Conferência Municipal de Cultura, no eixo do Livro e da Literatura, o trabalho
do GT antes de dezembro. É verdade que a Prefeitura deveria tê-lo feito,
Presidente Guimarães, e consultado oficialmente o Conselho Municipal de
Cultura, mas nós defendemos isso. Eu fui até o Secretário Sergius Gonzaga e
exigi que ele mandasse, para o Conselho Municipal de Cultura, o Projeto de Lei
antes de ele ser aprovado. Então, não cabe a esta Frente a crítica daquilo que
a Prefeitura não fez; nós exigimos que fosse enviado a vocês. Não enviar foi,
evidentemente, uma política da Prefeitura, mas nós o fizemos: entregamos antes
o Plano para ser discutido, alterado, melhorado.
Em terceiro lugar, dos R$ 300 mil aprovados para o
Livro e para a Leitura no ano de 2012, não veio nenhum centavo da Cultura; veio
da Publicidade da Prefeitura, numa Emenda desta Vereadora assinada por 12
Vereadores. E, sobre os 10%, não é consumindo o orçamento do Funcultura; é
equiparado, ou seja, uma nivelação, isso parecido com o que o Fumproarte tem em
relação ao Funcultura, para exigir que tenha dotação orçamentária. Nunca
retirar direitos da Cultura, porque, para nós, é um absurdo que a Capital
invista menos de 1% em Cultura no Município de Porto Alegre.
Feitas essas considerações, que me parecem
importantes, tenho a certeza, Presidente Guimarães... Não participei, tampouco
o Ver. Toni Proença, das reuniões finais que elaboraram a redação final do
Plano, pela concepção de que as entidades deveriam fazê-lo, e não nós – uma
concepção nossa de que as entidades deveriam fazê-lo. Mas tenho a certeza de
que a ideia de todas as entidades foi criar um instrumento do controle social,
orientado pelo Minc, é verdade – não a única possibilidade, como bem lembrado,
mas orientado pelo Minc –, para que essa execução orçamentária não se desse
pela Prefeitura, e, sim, por aqueles e aquelas que constroem as políticas de
leitura em Porto Alegre. Tenho certeza de que o Plano Municipal da Cultura terá
a mesma formatação de ampliar a democracia, ampliar o controle social, pelo que
o Conselho também tem lutado.
Então, parece-me que é muito importante fazer essas
separações porque, se a gente quer, de fato, resolver, unir e não dividir,
melhorar a redação e conquistar para a Cultura, o ideal é buscarmos as soluções
em conjunto, o ideal é buscarmos dialogar com o Grupo de Trabalho, com a Frente
da Leitura, com o Prefeito, é verdade, mas com todos aqueles que foram
envolvidos nesse processo. Porque, muitas vezes, um mal-entendido pode
transformar essas relações que têm tudo para somar em nome da leitura e da
cultura municipal de um modo geral, valorizar o Conselho Municipal da Cultura,
valorizar a temática do livro e da leitura, em algo que não some nesse sentido.
Digo isso com muita tranquilidade, porque, quando
fiquei sabendo do pleito, inclusive escrevi que achava que deveria ser um órgão
como o CAS – Comissão de Avaliação e Seleção –, e é no Fumproarte em relação a
um conselho – que não é um conselho; na verdade, é uma comissão – que avalia os
projetos. Acho que o livro e a leitura poderiam ter uma comissão para avaliar
os projetos e gerenciar as verbas. Não tem nenhum problema, ao contrário,
achamos que é necessário somar forças, unir a Cultura, e batalhar por mais
recursos. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Airto Ferronato): A Sra. Sofia Cavedon
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, em primeiro lugar, quero cumprimentar o
grupo que representa aqui o Conselho Municipal de Cultura, que são de diversas
áreas, militantes guerreiros, e o Guimarães, seu Presidente. Gostaria de
separar as coisas em duas dimensões. Na primeira dimensão, toda a reivindicação
que faz aqui o Presidente em nome do Conselho está corretíssima. Esse Conselho,
que foi conquistado “na marra” pela sociedade civil, que ficou cinco anos
desativado, tem que ser empoderado. Por dentro dele têm que passar as
prioridades da Cultura na Cidade, tem que ser um interlocutor para definir
política, critérios, editais, investimentos, ser a transversalidade de toda
participação popular que tem e que deve incidir sobre a Cultura.
Penso que o Conselho
está muito desempoderado ainda, ele tem que ter funcionários – e quero falar
aqui com o Líder do Governo, com os Vereadores da base do Governo –, tem que
ter uma assessoria! O que custa para a Prefeitura ceder um assistente administrativo
e uma assessoria técnica? Assessoria técnica como o Conselho Municipal de
Educação tem, depois de muita luta! Ceder alguns técnicos de nível superior da
Secretaria de Cultura ou de outras Secretarias que tenham um perfil jurídico,
inclusive, para o Conselho poder acompanhar essas leis, para o Conselho poder
analisar o Orçamento da Prefeitura, para o Conselho fazer fiscalização de
aplicação de recurso quando quiser. Acho que esse é o primeiro ponto, porque
entendo, e aí eu vou para o segundo ponto, que esse descompasso que houve entre
o processo de construção do Programa do Livro da Leitura e da lei, que convidou
o Conselho, é muito por conta disto: pelo trabalho voluntário de vocês, pela
dificuldade e pela falta de respaldo. Então, eu acho que isso é uma coisa muito
importante de se dizer. E também acho, sim, que a Lei como um todo, antes de
vir para cá, deveria ter passado na plenária do Conselho. Isso faz parte,
Fernanda, de um compromisso do Governo, porque, afinal, o texto final – e não é
uma crítica ao GT, mas ao Governo – veio do Executivo. Então, que o Executivo
consultasse o Conselho de Cultura, possibilitasse ao GT apresentar ao Conselho
de Cultura e, de fato, estabelecesse o Conselho como uma instância deliberativa
e importante da Cultura em Porto Alegre, porque aí esses descompassos não
teriam acontecido. Eu não vou entrar no detalhe. Eu acho, sim, que tem que ter
exatamente o encontro de todos esses atores que fizeram um trabalho
maravilhoso; e ele é maravilhoso porque ele chamou a atenção, ele foi também
lutado e conquistado. Então, eu acho que a nossa tarefa, enquanto Legislativo,
Ver.ª Fernanda, é fazer o encontro desses dois movimentos, ajustar o que é
preciso, e potencializar a Cultura, porque o que nos falta é isso no Município
de Porto Alegre. Obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Airto Ferronato): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra, nos
termos do artigo 206 do Regimento.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Ver. Ferronato, Presidente em exercício, Sr. Paulo
Roberto Guimarães, nosso Presidente do Conselho Municipal da Cultura de Porto
Alegre, eu observei na sua fala duas palavras que eu julgo muito importantes. E
é importante que sempre que, porventura, nós tenhamos que reparar alguma Lei
aprovada, às vezes, em Regime de Urgência, ou de forma açodada, como o senhor
comentou aqui, que nós possamos ter, primeiro, a tranquilidade de fazer isso, e
poder observar esta Casa de forma plural. Quero, em nome da Bancada do PDT, dos
Vereadores João Bosco Vaz, Mauro Zacher, Márcio Bins Ely, e em meu nome, dizer
que nós queremos participar desse processo, queremos integrar esse Grupo para
que, efetivamente, nós possamos ser justos na distribuição dos recursos no que
se refere à questão da Cultura. É importante dizer que há um caixa único, e o
Município tem um caixa só, e por isso não
podemos dizer que vamos trabalhar com vários dinheiros. Frequentemente, a
Bancada do PDT e a Bancada do Governo são atingidas com esses termos, projeto
de urgência, projeto açodado, o que o senhor acabou de referir a esse projeto
que foi colocado aqui. Então, é importante que, face ao controle social que é
representado pelo Conselho Municipal de Cultura, a gente possa fazer o
mea-culpa e, realmente, rever a
legislação, ouvindo esta Casa de forma plural. Estamos à disposição. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): Feitas as
manifestações, nós queremos agradecer a presença do nosso Presidente Paulo
Roberto Rossal Guimarães, das senhoras e dos senhores do Conselho, que
trouxeram informações e posições bastante significativas para nós, e temos
certeza de que esta Casa, atenta a estas questões, vai dar o encaminhamento aos
pleitos do nosso Conselho Municipal de Cultura.
O SR. PAULO ROBERTO ROSSAL GUIMARÃES: Agradecemos as
manifestações, o bom entendimento e estamos completamente à disposição para
construir esta solução.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): Ver. Beto
Moesch, passamos a palavra para Vossa Excelência, registrando que se trata de
Tempo Especial.
(O Ver. Mauro Zacher
assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria de saber em que norma, em que legislação foi
pautada, e qual o motivo para a concessão do Tempo Especial ao colega Ver. Beto
Moesch.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Foi pautada no
nosso Regimento, Vereador. O Ver. Beto Moesch apresentou uma Questão de Ordem,
por ter se sentido ofendido, e esta Presidência acatou.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ofendido por
quem?
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Pelas palavras
dirigidas a ele por Vossa Excelência.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Então, eu
gostaria que V. Exa. consultasse as notas taquigráficas, porque eu
tenho plena consciência que não ofendi o Ver. Beto Moesch. E eu gostaria que o
senhor mostrasse, nas notas taquigráficas, onde está a ofensa, porque eu não
posso aceitar algo que não é verdadeiro, pelo menos perante o nosso Regimento.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Ver. Comassetto, este Presidente já interpretou
como ofensa. Não há necessidade que venhamos fazer aqui leituras. Já está
deferido, já está garantido. Só não fizemos na Sessão passada, porque V. Exa.
pediu verificação de quórum, e, amparado pelo Regimento, como não havia quórum,
nós encerramos a Sessão. Então, está o garantido o tempo ao Ver. Beto Moesch.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Mas eu recorro a esta Presidência, porque está
sendo imputado a mim que fiz uma ofensa. Eu estou dizendo que não fiz, e o
senhor não traz provas disso. As provas são as notas taquigráficas.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Ver. Comassetto, amparado pela nossa Assessoria,
solicito que V. Exa. faça por escrito, e eu enviarei para a CCJ.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sim, senhor.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Tempo
Especial, conforme art. 94 do Regimento, e depois prossegue em Comunicação de
Líder.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, em especial o nosso
decano, o Ver. Elói Guimarães, que, com certeza, raras vezes assistiu o
Vereador tão constantemente ofender, pessoalmente, um colega. Eu tenho certeza
que isso não faz parte da grandeza desta Casa. Vossa Excelência é testemunha de
boa parte da história desta Casa e esta Casa sempre teve os mais diversos
debates, ideológicos, partidários, institucionais, mas jamais pessoais, porque
o que é sagrado para esta terra é o respeito ao outro, à pessoa. Por isso, Ver.
Elói Guimarães... Vossa Excelência é testemunha disto: não se admite o ataque
pessoal a alguém. O Ver. Comassetto, mais uma vez, me chamou ontem de
“Secretário incompetente” – e foram várias vezes; esses dias, chamou o
Presidente, por várias vezes, de mentiroso, em um flagrante desrespeito ao
Regimento. E Ver. Toni Proença, V. Exa. que é justamente uma das pessoas que
mais articula aqui e procura fazer com que as coisas andem, tudo tem um limite,
porque isso é falta de decoro parlamentar! Só não é grave porque isso é da
pessoa do Ver. Comassetto; não é do seu Partido, o Partido dos Trabalhadores,
com o qual, não só tenho amizades, como fiz vários trabalhos em conjunto, como
o Cláudio Langone, ex-Secretário Municipal do Meio Ambiente, que, juntos,
construímos o Código Estadual do Meio Ambiente. Ou seja, ele colaborou com o
então “Secretário incompetente” Beto Moesch e fez vários dispositivos quando da
minha gestão na Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Porque a minha gestão,
Ver. Dr. Thiago, sempre foi compartilhada com todos os Partidos, e estou
citando nomes: Cláudio Langone, Hermeto Hoffmann; não é uma amizade,
trabalhamos juntos na construção da política estadual e municipal do meio
ambiente, na construção do Código Estadual do Meio Ambiente, para evitarmos o
desmantelamento do Morro do Osso. Repito: trabalhamos juntos, eu era o
Secretário e ele veio aqui colaborar como Ministro Substituto do Meio Ambiente!
Portanto, o Partido dos Trabalhadores reconhece, e, por isso, eu não levo a
sério, e não podemos levar a sério, que V. Exa. venha aqui chamar alguém de
incompetente. O Código Estadual do Meio Ambiente, que construí junto com a
Bancada do Partido dos Trabalhadores e outras, foi sancionado pelo Governador
Olívio Dutra, que elogiou este Vereador pelo trabalho que fez durante nove
anos! Portanto, o Partido dos Trabalhadores não acha que este Vereador aqui
seja incompetente, muito menos os meus 10 mil votos! Ao chamar algum Vereador
de incompetente, está chamando a Cidade e os seus cidadãos de incompetentes!
Isso é falta de decoro parlamentar! E está na hora, Ver. Dr. Goulart, de nós
darmos um basta para isso! Ou esta Casa, Ver. Sebastião Melo, se dá o respeito
e impede que Vereadores desqualificados, moleques, sem grandeza alguma, venham
aqui chamar o Presidente de mentiroso, chamar colegas de incompetentes; ou nós
damos um basta nisso, ou esta Casa realmente vai ser ridicularizada na Cidade e
em todo o Brasil. E por isso citei V. Exa., Ver. Elói Guimarães, porque é o
nosso decano e sabe que esta Casa nunca permitiu situações lamentáveis como
essas.
Vereador Dr. Goulart, perdoe-me, mas eu ainda vou
usar o tempo de Liderança. A mesma relação que eu tenho com a Bancada do PT, e
a Ver.ª Sofia vem aqui, de forma enfática, dura – e ainda discutimos ontem por
causa disso –, mas nunca ataca pessoas! Nunca! E por isso ela merece o meu
respeito e o respeito, Ver. Pedro Ruas, de todos aqui. Quem vem aqui, de forma
covarde, adjetivar colega não merece o respeito e tem que ir para a Comissão de
Ética! Chega! Chega! Isso aqui é uma Casa de respeito ou não é? É um Parlamento
ou não é? Ou é a Escolinha do Professor Raimundo? É a isso que está se
resumindo esta Casa, Sr. Presidente? E não foi a primeira vez, sistematicamente
este Vereador vem aqui me chamar de incompetente, disso e mais aquilo! Quem tem
que dizer isso é a sociedade! Quem tem que dizer isso é o seu Partido!
Com relação a essa pessoalização. Vereadora Sofia
Cavedon, é a mesma coisa eu culpar V. Exa. por não ter conseguido, como
gostaria, estabelecer uma política de educação ambiental, quando V. Exa. foi
Secretária Municipal de Educação! Foi culpa da Ver.ª Sofia Cavedon que nós não
temos até hoje uma política eficaz de educação ambiental na Cidade? A culpa é
da Sofia Cavedon por que foi Secretária? Ou é da atual Secretaria? Mas que
coisa mais absurda isso a que ele está se limitando! É culpa do Ver. Todeschini
o fato de o Arroio Dilúvio estar poluído, que sempre esteve, desde os anos 40?
É culpa dele por que ele passou pelo DMAE? Claro que não! Vejam, como é que nós
vamos pessoalizar o debate? Mas que coisa mais absurda! De graça! Eu nem citei a pessoa do Ver. Comassetto, ontem, nem falei
com ele ontem! Se V. Exa. tem um problema pessoal comigo, este plenário não é
um divã, não é uma clínica psiquiátrica! Vá procurar tratamento, mas aqui não é
lugar para isso!
Talvez, não tenha
gostado, porque eu falei ontem, sem citar nome de ninguém, que uma coisa é a
política de animais domésticos, outra, é a de animais silvestres. Agora, se V.
Exa. confunde bugio com cachorro, eu sinto muito! Mas eu não citei o seu nome!
Mas onde é que nós estamos?
Então nós não temos a
radiografia da cidade de Porto Alegre com relação às áreas preservadas. Bom,
nós temos o Código Florestal que foi alterado ontem! Vou até usar o Grande
Expediente para falar sobre isso. Área de Preservação Permanente, que passou a
ser respeitada, a partir de 2005, com os 30 metros! Até então não era
respeitada! Com o aval do Prefeito Fogaça! Foi a primeira Cidade do Brasil a
aplicar o Código Florestal na íntegra, na zona urbana: 30 metros de cada lado!
Isso é área a ser preservada; e foi! Topo de morro, idem; declives, idem!
Agora, V. Exa., ao contrário, apoiava um Projeto de Lei da Gestão anterior, que
desafetava 11 hectares do Morro do Osso, e nós arquivamos o Processo!
Desafetação de 11 hectares para um condomínio de alta renda! Onze hectares! E
vem aqui falar em meio ambiente? Estimulou a invasão da Ponta Grossa, que é uma
Área de Preservação Permanente! E vem aqui falar que nós não cuidamos das áreas
a serem preservadas? E que isso não foi estudado! Olhem aqui (Mostra livro.),
eu dei para todos os Vereadores em 2008, quando retornei à Casa, para cada um!
Não é trabalho meu, isso é um trabalho do Langone, está o nome dele aqui,
porque nós somos homens de hombridade! Nós colocamos e reconhecemos quem fez!
Coube a mim dar continuidade ao trabalho e editar o Diagnóstico Ambiental, e tudo está aqui! Tudo está no Diagnóstico Ambiental!
(Mostra pasta.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, consulto V. Exa. se os adjetivos usados pelo Ver. Beto Moesch em
relação a este Vereador se caracterizam ou não como ofensa.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Quais?
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Tais como
“Vereador desqualificado”, “moleque”, “covarde”, “que tem que procurar
tratamento”.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): V. Exa.
requer o Tempo Especial?
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Se estiver
enquadrado no Regimento, sim. Eu gostaria que o senhor consultasse...
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Pergunto se
V. Exa. requer o Tempo Especial.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Requerimento): Requeiro o Tempo Especial para poder usar durante a Sessão, porque vou
preparar a minha fala.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Então, como V.
Exa. não vai usar agora, vou solicitar as cópias taquigráficas para que
possamos, então, fazer a leitura.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito
obrigado.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Apenas um
esclarecimento, espero não ferir o Regimento, pois o Ver. Beto Moesch se
referiu duas vezes à minha pessoa. Eu gostaria de deixar muito claro o
seguinte: eu tenho acordo com o Ver. Beto Moesch, quando, nesta Casa – e esses dias eu subi à tribuna e me manifestei muito braba quanto a
isso –, quando se agride outra pessoa, aí não há
condições. Penso que não se deve aceitar a agressão, porque é desrespeitar o
colega que é legitimado pelo voto popular. Isso já aconteceu comigo aqui
algumas vezes. Por outro lado, quero dizer que não tenho acordo a que o debate
seja sempre no geral. Eu penso que se eu responsabilizo determinado Secretário,
ele pode cobrar da Ver.ª Sofia, enquanto Secretária de Educação, a política que
ela encaminhou ou que não encaminhou – no debate político. Apenas para clarear,
para não termos mal-entendidos.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Alceu Brasinha está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores e
Sras. Vereadoras; de ontem para hoje, vivi três momentos bons. O primeiro, foi
quando tivemos reunião de Bancada, no Partido, e formalizamos o apoio ao Ver.
Elói Guimarães para Vice-Prefeito desta Cidade. Quero dizer aos senhores que
nós já temos candidato que pode, quem sabe, ser Vice-Prefeito de Porto Alegre,
o Ver. Elói Guimarães. Ele teve o apoio unânime da Bancada e de toda a
executiva. Para mim é um momento de alegria ter o Ver. Elói como pré-candidato
a Vice-Prefeito de Porto Alegre. Que Deus o abençoe, Ver. Elói, que ilumine os
seus caminhos!
Quero também falar do
momento maravilhoso, um momento de emoção, Ver. João Bosco Vaz, que passei
hoje, de manhã. Às 7h, já havia uma fila enorme para a inauguração do Shopping
Bourbon Wallig. Eram milhares de pessoas, felizes da vida. Quero dizer que
nunca vivi uma emoção tão forte, já participei de várias inaugurações do Grupo,
mas hoje me emocionei junto [com a população]. Havia um senhor, o primeiro a
comprar o pãozinho, dizendo que agora teria pão de qualidade perto da sua casa.
Manifestou isso na frente de todos, não porque me conhecia, e chorava, e eu fui
obrigado a chorar junto, porque realmente fiquei emocionado. É impressionante o
que essa empresa proporciona ao Município. Outra senhora também dizia que agora
teriam supermercado de verdade ao lado de casa, não são como esses
supermercados, logo ali na frente, que fazem suas propagandas enganosas – o
Carrefour, o Big. Eu tinha um cara que me ajudava muito a bater aqui, mas ele
resolveu ser polícia, o Ver. Mauro Pinheiro, resolveu investigar a vida dos
outros! Aí estou eu sozinho contra o Big e o Carrefour.
Volto a dizer que lá, mais embaixo, estava aquela
senhora, a Dona Santina, que é mãe dos meninos do Zaffari, também recebendo as
pessoas emocionada. Lá, lembrei também que, quando eu cheguei em Porto Alegre,
eu queria trabalhar no Zaffari. E trabalhei clandestinamente lá porque eles não
sabiam. Eu não tinha onde comer, ficava na praça, chegava o horário do meio-dia
e eu ia lá almoçar. E almoçava! Graças a eles eu tenho a oportunidade de estar
aqui em Porto Alegre; talvez eu não estivesse aqui, estivesse fora.
A Avenida Grécia, aquela avenida maravilhosa ali, a
Avenida Francisco Trein, todas, Ver. Cecchim, lá do nosso lado. O senhor sabe o
quanto é importante para a economia, o senhor foi um dos que liderou uma vez
aqui uma manifestação na época dos que mandaram aqui por 16 anos – 5.844 dias
–, que quebraram a Cidade, quebraram a Assis Brasil! E lá veio o senhor
chorando aqui, junto com o comércio, defendendo o comércio! Hoje, para mim é
motivo de alegria ver que tem empresário sério, eu vi que aqui existe uma
Cidade que tem gente séria, gente honesta, empresários honestos iguais aos do
Zaffari. Não são iguais a esses que vêm do outro lado do mundo quebrar os
pequenos e abandonam...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Passamos às
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Todeschini.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores, eu queria aproveitar
o tempo do período de Comunicações cedido pelo Ver. Todeschini para
compartilhar os avanços que temos tido no Grupo de Trabalho dos Resíduos
Sólidos da Construção Civil. Esse Grupo de Trabalho foi instalado o ano passado
diante do apelo feito pelos transportadores de caçambas móveis – eu acho que
isso tem que ser sublinhado – da cidade de Porto Alegre porque nem o Sinduscon,
nem a Prefeitura se preocupou com o grave problema que está acontecendo,
seriíssimo, de os resíduos da construção civil formarem focos na Cidade
inteira, ilegais, atingindo o meio ambiente de maneira absurda, e a Prefeitura
não fazendo a mediação da solução desse problema. Primeiro problema: a Lei dos
Resíduos Sólidos é do final de 2009, início de 2010. Ela não está regulamentada
até hoje, e a SMAM não entende que possa fiscalizar, pelo menos a atual gestão,
enquanto a Lei não estiver regulamentada. Por outro lado, a cidade de Porto
Alegre já teve várias áreas que recebiam os resíduos da construção civil, e, uma
após outra, foram fechadas. Hoje, Porto Alegre dispõe apenas da Ábaco, na Zona
Norte, que recebe apenas resíduo limpo, nobre, ou de primeiro nível, que é
caliça e terra. Mas a maioria das caçambas que estão na nossa Cidade – de 53
empresas – tem um resíduo da construção civil misto porque para o empreendedor,
aquele que produz resíduos de mais de meio metro cúbico até cinco mil metros
não tem legislação. Nem a Prefeitura tem a capacidade de cobrar que ele faça a
separação, que ele destine os materiais tóxicos, por exemplo, a tinta, de volta
para a loja, que ele separe e destine apenas a caliça e a terra para o
contêiner. Não há como cobrar, não há legislação, não há estrutura de
fiscalização. Então, a cidade de Porto Alegre hoje não tem onde colocar os resíduos
da construção civil, uma Cidade que está construindo de forma acelerada.
Imaginem, portanto, um único lugar, o Centro de Resíduos Lanner, de Canoas, é
que recebe os resíduos da construção civil de Porto Alegre. Recebia! Há uma
semana, Canoas chegou num limite por cobrar muito pouco, eles cobravam dos
transportadores de Porto Alegre oito reais para receber uma caçamba suja, um
prejuízo para a cidade de Canoas. E 70% dos resíduos que esse Centro recebia
era de Porto Alegre, ou seja, Porto Alegre não medeia o seu problema, não acha
alternativa, apesar de a lei dizer que a Prefeitura buscará áreas.
Portanto, chegamos num limite. Por outro lado, os
próprios transportadores não eram licenciados, não recebiam licença ambiental,
o que mudou a partir de janeiro deste ano, depois de muito debate o ano passado
sobre esse tema. Esse foi o primeiro avanço. O segundo foi uma reunião
importante hoje com o Secretário Záchia. Finalmente se instalará, na
quinta-feira que vem, às 9 horas, um grupo de trabalho formado por Prefeitura,
Sinduscon, transportadores e Câmara de Vereadores, já anunciando aos Vereadores
interessados na área no sentido de que compareçam, que constituam esse grupo de
trabalho, porque, num tempo curto, nós queremos produzir essa regulamentação. Acho
que demos um passo bem importante que pode mudar a cara da cidade de Porto
Alegre no que diz respeito à sua preservação ambiental e, quem sabe, evoluir
para a reciclagem desses resíduos. Há empreendedor privado apresentando área,
há empreendedor privado comprando máquinas, e o que nós precisamos é
regulamentar para que os que são sérios, de fato, consigam se instalar e não
sofram a concorrência desleal de quem não é sério.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
Eu aproveito para anunciar uma visita muito
importante que temos na tarde de hoje que é a Sra. Angela
Cecchim, mãe do Ver. Cecchim. A senhora seja muito bem-vinda a esta
Casa!
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, a Ver.ª Sofia já fez queixa para a minha mãe pessoalmente!
Srs. Vereadores, este assunto que a Ver.ª Sofia
levanta aqui é muito sério realmente. Nós temos alguns locais nesta Cidade,
Ver.ª Sofia, que estão degradados. Começou pelas ilhas lá, e aqui, a senhora
tem razão, não dá para culpar uma administração ou outra porque a destruição
que fizeram e estão fazendo ainda esses maus, esses pseudocomerciantes que
cobram preços caros como se levassem esse lixo para um local apropriado e não
levam – e isso não é carroceiro só, não, isso tem caminhão grande descarregando
lá, tem caminhão grande descarregando na ilha, que é uma Área de Preservação
Ambiental Permanente. Estão destruídas as margens do Jacuí, as margens do
Taquari, todo o estuário do Guaíba. Agora, este local em Canoas que recebia os
resíduos da construção civil é um local que se esgotou justamente porque eles
precisavam que fosse logo esgotado. Não foi por acaso, não foi prejuízo da
Prefeitura, precisava se fazer aquilo e se fez. Porto Alegre tem as áreas...
Elas não foram fechadas, Ver.ª Sofia, elas esgotaram a capacidade de receber
esses resíduos. Ali perto do aeroporto é um lugar, o Ecoville, lá perto da
Coca-Cola, outro lugar; e eles ficam saturados, ocupados por tanto resíduo que
tem nesta Cidade. A construção civil legalizada não faz isso, ela tem um
seguidor, ou seja, um relatório de onde é retirado e para onde é levado esse
resíduo sólido, se tem um controle muito forte disso. Quem faz essa descarga em
locais inapropriados são carroceiros, algumas vezes, muitos caminhoneiros que
não cuidam direito, porque tem uma parte da categoria dos transportadores de
contêineres, de telentulho que é séria; tem outros que descarregam, às vezes,
na clandestinidade, levando lixo inapropriado para locais inapropriados.
Então não se trata só da responsabilidade da
Prefeitura, é uma responsabilidade dos cidadãos de Porto Alegre até de
denunciar, de ter a coragem de dizer quem é que está lá, qual é a placa do
caminhão, ou até mesmo se um carroceiro está... Não tem como o DMLU fazer esse
trabalho! Quem está fazendo uma reforma na casa, muitas vezes, paga para alguém
levar esse lixo, pensando que está pagando por uma coisa séria. E a pessoa
acaba levando para uma esquina próxima, causando esses problemas.
Ver.ª Sofia, acho que nós todos – e não foi pelo
pedido que a senhora fez para a minha mãe para que eu me comporte que estamos
fazendo um apelo aqui – somos responsáveis por cuidar do meio ambiente. Agora,
não dá para culpar a Prefeitura Municipal ou culpar o caminhoneiro ou culpar o
carroceiro. Tem culpa muito grande nisso, só que ela é da construção, na sua
maioria, irregular, das reformas que são feitas, dos puxadinhos que são feitos
em toda a cidade de Porto Alegre, e que entregam na primeira esquina que
encontram, prejudicando e enfeando a nossa Cidade, transformando muitos locais
em locais de lixo. E não tem como o DMLU cuidar de tudo isso. Nós precisamos
conscientizar a população de Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, ilustre Presidente,
eu venho a esta tribuna trazendo três temas. O primeiro é sobre a reunião
marcada com o Ver. Beto Moesch, nosso Presidente da COSMAM, para efetivamente
esclarecer os profissionais da Saúde com relação ao concurso do IMESF. A
reunião se dará na próxima semana, no dia 2 de maio, nesta Casa, às 19 horas.
Aproveito este espaço para a divulgação dessa reunião. Apesar de o Edital ser
claro, nós já observamos aqui, nesta tribuna, neste plenário, diversas dúvidas
que poderão ser esclarecidas definitivamente pelo grupo que integra a
Secretaria Municipal da Saúde.
Acho que será muito importante, é um concurso muito
importante para a cidade de Porto Alegre; é uma conquista muito importante para
a cidade de Porto Alegre, que vai migrar de um modelo privado de Saúde para um
modelo efetivamente público, gerenciado pela Secretaria Municipal da Saúde e o
Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família. Isso vai possibilitar
que nós possamos dar um salto de qualidade no Programa de Saúde da Família,
podendo ampliar o número de equipes próprias no Município e cobrir a Cidade de
forma mais regular pelo Programa de Saúde da Família.
Hoje nós estamos avançando nos PSFs; nós hoje temos quase 50% de cobertura de PSF, e com a
Estratégia de Saúde da Família, certamente, nós chegaremos aos 80% de cobertura
em muito pouco tempo. Então, isso é importante, vai ser um concurso de grande
monta; serão mais de 150 enfermeiras; mais de 150 médicos; mais de 300 técnicos
de enfermagem; mais de 600 agentes comunitários de saúde, que vão estar sendo
selecionados num concurso limpo, transparente, claro. E a Secretaria se dispôs
a vir esclarecer eventuais dúvidas trazidas pelos postulantes e pelos
sindicatos, tanto pelo Conselho Regional de Enfermagem, quanto pelo Conselho
Regional de Medicina. Acho que é um momento muito importante nesta Casa, e que
ela utiliza para, efetivamente, poder fazer o esclarecimento de toda essa
situação.
Eu quero falar também
do excelente trabalho que vêm fazendo os Vers. Márcio Bins Ely e Mauro Zacher,
e o nosso companheiro, ex-Deputado Federal Pompeo de Mattos à frente da
Secretaria do Trabalho. Realmente, temos observado o processo de inclusão e o
processo de qualificação, a partir de cursos, tão importantes para esta Cidade,
tão importantes para que nós possamos preparar o principal para a Copa do
Mundo, que é a mão de obra qualificada.
O Sr. Márcio Bins Ely: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Thiago. Na mesma linha de V.
Exa., quero cumprimentar o nosso Governo e a Câmara por terem entendido que a
geração de emprego e renda é uma política prioritária para Porto Alegre, e que
foi oportunizada aqui a criação dessa importante Secretaria, que passa a ser
uma Pasta propositiva na Cidade, gerando emprego e renda e, principalmente, com
foco na juventude, na camada jovem da população, pelo brilhante e destacado
trabalho do nosso companheiro Pompeo de Mattos. Cumprimento V. Exa. pela
referência.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Finalizando,
quero discutir um Projeto nosso que cria o Programa de Saúde do Homem em Porto
Alegre. Hoje, nós observamos que, infelizmente, esta Casa tem a grande maioria
de homens e que, infelizmente, o homem acaba tendo uma incidência maior de
doenças e maior de doenças graves, e acabam morrendo muito antes que a mulher,
porque, efetivamente, as mulheres têm um cuidado muito maior...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. DR. THIAGO DUARTE: ...Só para
terminar a frase, meu Presidente, é importante que possamos discutir, fomentar e
incentivar os homens para que cuidem adequadamente da sua saúde. E é isso que
procura fazer o Projeto. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; Srs. Vereadores, na verdade eu deveria estar ocupando a Liderança
do meu Partido, no entanto, ela já foi usada e vou falar na Liderança do
Governo.
Eu estou profundamente
entristecido com esta Casa e com as coisas que aqui ocorrem. Eu fui comunicado
ontem por V. Exa. que, segunda-feira, às 9h da manhã, os Procuradores estarão
aqui – é por isso que não tem Procurador aí hoje, eles
não trabalham mais, não precisam! –, mas eu tenho todas
as dúvidas do mundo e sou o Líder do Governo. O Prefeito mandou para esta Casa
um Projeto de Lei para que ele, tramitando em todas as Comissões e no GAPLAN,
fosse aprimorado, fosse discutido, mas, coisa rara, quando o Governo manda um
Projeto de Lei, se ele tem urgência, o seu Líder pede urgência; se há maior
necessidade, o seu Líder pede votação pelas Comissões Conjuntas, de acordo com
o art. 50, e eu não pedi. Tentei impedir a votação. Até me disseram que, como
Líder do Governo, eu não poderia tirar da Ordem do Dia. Coisa rara! Eu, que vi
no Congresso Nacional os Líderes do Governo retirando a matéria que já estava
sendo votada, já estava sendo discutida! Mas eu não podia, era um Líder mais
fraco, talvez.
Agora, hoje, me
informaram – e espero que não seja verdade – que o Pedido de Diligências do Ver. Mauro Pinheiro, incluso no
Processo, foi retirado. E isso eu não vou admitir! Porque, se o Projeto já
estava na Ordem do Dia, de forma incorreta, antiética, mas estava, e, se
está na Ordem do Dia, não se retira documento, não se retira o Pedido de
Diligência. Eu, ontem, dizia que, para ser respeitado, é preciso respeitar, e
eu repito hoje. O Ver. Mauro Pinheiro, designado Relator, pediu que fosse
incluído o parecer do GAPLAN; depois disso, fez uma bela explicação e terminou
fazendo um eficiente Pedido de Diligência. Misteriosamente – misteriosamente! –
esta Casa – não entendo mais nada! – retira tudo! Não existe mais! Mas não vai
ser assim, não vai ser assim! Posso prometer a V. Exa. e à Casa que falta de
respeito não vou admitir; se jurei cumprir a Lei Orgânica, se jurei cumprir o
Regimento, eu quero que ele seja cumprido por todos! E se o Projeto está na
Ordem do Dia, para retirar um documento dele para invalidar um Pedido de
Diligência, tem que ser consultado o Plenário. E o Plenário não foi consultado!
Eu fiz um Requerimento que o Presidente entendeu
que deveria ser Questão de Ordem, mandou sustar o Processo. Eu não sei o que a
Comissão de Justiça decidiu, e era justo, muito justo que, horas depois da
decisão da Comissão de Justiça, o parecer chegasse a mim, para que eu pudesse
saber o que vou fazer. Mas me deixam sem saber o que fazer. Isso não me
convence, isso não me conforta, isso não entra no meu entendimento, porque para
mim existe o certo e o errado.
Eu volto a dizer: o Prefeito mandou para a Casa do
Povo de Porto Alegre um Projeto criando a Lei Orgânica da Procuradoria, mas ele
não pediu urgência, o Prefeito não pediu nada, apenas que tramitasse. Retirou,
num dia de confusão aqui; dois ou três dias depois, mandou de volta pedindo
tramitação. Tramitação, vejam bem, não é a finalização; já estava na Ordem do
Dia quando... Não, se ele está pedindo, se ele retirou de onde estava, na Ordem
do Dia, e pediu que tramitasse, para voltar a...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Ver. João Antonio Dib, está feito o seu registro,
mas cabe a este Presidente responder algumas questões pontuais ao certo e ao
errado. Há apenas um Regimento, ao qual este Presidente irá seguir, na íntegra.
Vossa Excelência fez uma Questão de Ordem e a
encaminhamos para a CCJ. Este Presidente ainda não leu o Parecer da CCJ. O que
este Presidente apenas fez, foi agendar uma reunião, porque o Projeto está em
regime de urgência, solicitado pelo Ver. Dr. Thiago e pelo Ver. Nelcir Tessaro.
Vossa Excelência não retirou da priorização, porque
o nosso Regimento não prevê, a não ser através de requerimento, o que V. Exa.
pode fazer. No momento em que entrarmos na Ordem Dia, V. Exa. pode, através de
requerimento, solicitar a retirada da priorização, ou o adiamento. Vossa
Excelência não fez. A única pessoa que pode fazer isso é o Sr. Prefeito, que o
fez, assim como mandou voltar para esta Casa.
Estamos oferecendo este debate, na segunda-feira,
às 9h da manhã, para que os Vereadores, de todas as Bancadas, possam
participar, discutir, e avaliar se devemos priorizar ou não. Por isso que este
Presidente fez em respeito, inclusive por V. Exa., que tem muitas dúvidas em
relação ao Projeto.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, quero dizer a V. Exa. – se não for Questão de Ordem é
ordem na questão – que há uma diferença muito grande entre registrar um fato e
uma reclamação contundente. Não sei se é Questão de Ordem, mas juro a V. Exa.
que é ordem na questão.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu estava na
Comissão de Justiça, ontem, quando esta matéria foi enfrentada, e cabe apenas,
para título de dialogar com essa figura magnífica, extraordinária, que é o Líder
do Governo, e dizer o seguinte: eu peguei esse assunto andando, porque eu
fiquei trinta dias fora da Casa, embora, o Ver. Pancinha tenha assumido aqui a
minha cadeira. Mas o que aconteceu? O Presidente da Comissão de Justiça negou
uma diligência, o que lhe é facultado no Regimento. É facultado, no Regimento,
um Presidente de Comissão aceitar ou não um pedido de diligência de um
Vereador; se o Presidente não aceitar, cabe recurso. O Ver. Dib não entrou com
o recurso em tempo hábil. V. Exa. levantou uma Questão de Ordem, em Plenário, e
esta Questão de Ordem foi para a CCJ, mas não se tratava, a meu juízo – eu
votei com restrição nesta matéria –, porque entendi que os fundamentos trazidos
pelo Relator Bernardino não eram, a meu juízo, os mais adequados. Mas, eu só
queria dizer, Ver. Dib, que V. Exa. poderia ter se insurgido contra o pedido de
diligência negado pelo Ver. Braz, mas não se insurgiu em tempo hábil. Então,
não cabe à Comissão de Justiça outro caminho, a não ser devolver para o
Plenário uma consulta feita que, na minha avaliação, não procede.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Está feito o registro.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em
Comunicações, por transposição de tempo com o Ver. DJ Cassiá.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, quero agradecer,
inicialmente, as referências e reverências trazidas à tribuna pelo eminente
Ver. Alceu Brasinha. Vou tocar num tema que ele tocou aqui na tribuna, que para
nós que conhecemos a Cidade, e em especial a Zona Norte, é um tema muito grato
à cidade de Porto Alegre, de um modo geral. Trata-se exatamente daquele grande
empreendimento, Ver. Alceu Brasinha, que trará impactos sócio-econômicos
relevantíssimos à Zona Norte e à cidade de Porto Alegre. E ali se envolvem questões
importantíssimas, e nós que conhecemos – não é, Ver. Alceu Brasinha – aquela
área do ponto de vista da sua mobilidade, exatamente com a abertura da Av.
Grécia – uma reivindicação histórica dos moradores – naquela área viária ali,
com a Volta do Guerino, é um verdadeiro cotovelo. Quem vem do Centro da Cidade, chega naquele cotovelo e o fluxo é jogado pela Av. Assis Brasil que,
agora, usará exatamente a Av. Grécia para acessar os maiores, vamos dizer
assim, hospitais gaúchos, que são o Conceição e o Cristo Redentor. Então, vejam
bem, que magnífica obra! Afinal, a comunidade e a Cidade atendidas com a
construção daquele verdadeiro monumento, que é o Shopping Bourbon Wallig, que
leva o nome histórico de uma fábrica de fogões que existia ali. Então, um grande
empreendimento para a Zona Norte, para a Av. Assis Brasil, que já era, Ver.
Alceu Brasinha, um dos maiores shopping
centers a céu aberto aqui no Rio
Grande do Sul, até podemos dizer do Cone Sul, e que agora ganha aquela obra que
é, do ponto de vista arquitetônico, uma arte. Vejam as linhas arquitetônicas do
Shopping Bourbon Wallig. E esta família da qual o Brasinha é tão amigo, que é a
família Zaffari, vem contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento do
Estado do Rio Grande do Sul, sob todos os aspectos. São mais de três mil
empregos diretos, sem falar nos milhares e milhares de empregos indiretos, e
todo esse potencial do ponto de vista tributário. Quero ouvir o Ver. Brasinha,
a quem agradeço as manifestações antes referidas.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elói Guimarães, mais uma vez, quero dar
os parabéns a nossa Bancada, por ter escolhido V. Exa. para nos representar e
ser o candidato do PTB à Vice-Prefeito de Porto Alegre. Quero dizer a V. Exa.,
nessa linha da Av. Grécia, que também servirá quando for implantada a obra do
metrô; ali será uma alternativa para as pessoas que se deslocam para a Av.
Baltazar de Oliveira Garcia, ou para Cachoeirinha. Isso vai ser muito
importante! Os investimentos que acontecem na Cidade são bons, de primeiríssima
qualidade.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Exato. Cumprimento V.
Exa. e encerro, Sr. Presidente, dizendo que é um empreendimento que engrandece
a Cidade, em especial a Zona Norte de Porto Alegre.
A Sra. Sofia Cavedon: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero frisar, sim, que este empreendimento
tem a contrapartida clara para a população, que é a avenida, diferente da
Arena do Grêmio, infelizmente.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Muito bem, eu sou grato, e o meu tempo está vencido. Fica aqui a nossa
homenagem ao Grupo Zaffari, que faz esse grande empreendimento na cidade de
Porto Alegre, com impactos, todos eles, absolutamente favoráveis, em especial à
mobilidade urbana da Zona Norte da cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em
Comunicações.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pela TV Câmara, eu sigo
na mesma esteira da fala dos antecessores, e gostaria de ilustrar essa fala com
a minha própria experiência à frente da Secretaria de Indústria e Comércio.
O que nós podemos observar no País, especialmente
nesses últimos quinze, vinte anos, é a ascensão dessa nova figura urbana do shopping center, Ver. Toni Proença. Se
nós olharmos há trinta anos, inexistiam, no tecido urbano da Cidade, os centros
comerciais, os shopping centers. O
Centro de Porto Alegre, o Centro Histórico era pujante, com várias lojas; e aí
começa aquela experiência, já existiam alguns pequenos, mas o primeiro grande,
o divisor de águas foi o Shopping Iguatemi. E nós descobrimos, a partir do
Shopping Iguatemi, inclusive, a capacidade irradiadora desses equipamentos, no
sentido de valorizar o seu entorno. O que nós temos observado, Ver. Elias
Vidal, depois do Iguatemi, com esses outros novos shopping centers que vêm acontecendo, não só essa capacidade
irradiadora de valorizar o seu entorno, mas também que eles se consagraram como
o novo equipamento de encontro e lazer da família brasileira. Antes, o passeio
que era o parque, que era na praça; queira Deus que aqui em Porto Alegre seja
na Orla, logo em seguida, porque, fruto da nossa luta, da determinação do
Prefeito, nós estamos revitalizando a nossa Orla. Mas hoje é forçoso que se
reconheça que o grande espaço de confraternização do jovem e da família se
constitui o shopping center. Os
cinemas migraram para dentro do shopping
center, os restaurantes vieram para dentro do shopping center, e especialmente, eu diria, nesses últimos oito ou
dez anos, quando nós observamos o fenômeno da ascensão da classe C,
especialmente dessa ascensão da classe C – que é muito bom, que é saudável, que
precisa ser comemorada por nós todos –, nós vimos alguns shopping centers, e talvez o Bourbon da Ipiranga seja o exemplo
disso, talvez o Shopping Total seja o exemplo disso, de empreendedores que
conseguiram ler esse movimento, essa tendência e construir equipamentos que
viessem ao encontro dessa população emergente, que veio a compor a nova
constituição econômica e social do nosso País. E nós precisamos saudar isso.
Eu iria além, inclusive para desagrado do meu
amigo, o Ver. Alceu Brasinha, mas, na minha função de Secretário da Indústria e
Comércio que, até poucos dias, fui, para dizer que os outros empreendimentos –
meu querido Antonio Bertaco, Diretor da Divisão de Fomento Agropecuário; Abel,
nossos colegas da Prefeitura que aqui estão, os vejo agora e quero saudá-los,
fazem um trabalho tão importante na área rural da Cidade – representam
perspectivas de futuro, de vida, geram empregos durante a sua construção. Ver.
Elói, V. Exa. imagine, lá na Zona Norte, o que representa aquele espaço, que
era um espaço industrial, por excelência, e a economia da Cidade veio migrando.
Porto Alegre era uma Cidade, há 30 anos, Ver. Toni Proença, cuja indústria
respondia por 80% do PIB industrial do Rio Grande do Sul. Essa indústria foi
deixando Porto Alegre. A Zona Norte, a Av. Assis Brasil, a Av. João Wallig,
aquela Região próxima à Av. Sertório, a Região do 4º Distrito é um exemplo
disso. Essas empresas, por contingências até da Lei do Plano Diretor, que nós
aprovamos aqui, e outras ambientais, tiveram que ir deixando Porto Alegre. E
essa economia foi migrando, foi migrando para a prestação de serviço e foi
migrando para o comércio.
Então, nós temos que saudar esses equipamentos que
vêm para cá, porque, de fato, eles geram oportunidades, desde o momento do
projeto até o momento final da inauguração do empreendimento e da sua operação
com as lojas que lá se estabelecem com os empregos. E aí é preciso saudar – e
eu sei que o Ver. Brasinha discorda –, o Big, que, podendo escolher entre todas
as empresas do Brasil, escolheu Porto Alegre, lá na Av. Sertório, para trazer o
seu centro de inteligência, que gera mais de 2 mil empregos. É preciso saudar
também o Carrefour, que quando se tem que aplicar multa, se vai lá, mas hoje
inaugurou um atacadão. Tudo isso contribui para a competitividade e gera
emprego para a Cidade e continua garantindo que Porto Alegre seja uma das
principais Capitais do nosso País, e a SIMC contribui com isso. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Elias Vidal.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Quero agradecer ao Ver. Elias Vidal – meu amigo, sempre com coragem –,
pela cedência de tempo. Volto aqui a falar porque a Ver.ª Sofia Cavedon tem um
verdadeiro ranço: é contra tudo e fala que é a favor de tudo. Qualquer coisa
que a gente fale, ela vem e ataca a Arena do Grêmio. A Ver.ª Sofia Cavedon sabe
bem das compensações que foram e estão sendo feitas! E a senhora participou das
audiências públicas, Vereadora, a senhora estava sempre lá! Aliás, a senhora
sempre foi contra tudo! Do que a senhora é a favor nesta Cidade? Do que a
senhora é a favor? A senhora é a favor de incentivar as pessoas a jogar lixo no
foco de lixo! É disso que a Vereadora gosta! É disso que ela gosta! Ela não faz
campanha nenhuma para conscientizar as pessoas a retirarem o lixo! Ela é
contra! Eu quero dizer para a Ver.ª Sofia Cavedon que ela então participasse de
todos os debates da Arena do Grêmio.
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: A senhora não sabe do tamanho do Grêmio! A senhora não sabe!
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: Não se meta com eles porque a senhora vai ser penalizada! A senhora vai
fazer muito pouco voto!
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: A senhora vai ser penalizada nas urnas! Nas urnas! Nas urnas!
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: A torcida do Grêmio não vai votar na senhora! Não vai votar na senhora!
A senhora é contra tudo!
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: Não senhora! A senhora tem a mania de jogar na Arena do Grêmio, que a
Arena não tem compensação! Eu quero dizer para senhora que lá no IAPI tem o
Parque Alim Pedro, que foi o primeiro parque adquirido, foi quando Getúlio
Vargas fez a compensação. E para lá está indo uma verba de um milhão e meio, da
Arena do Grêmio, para revitalizar o Alim Pedro. E será
anunciado daqui a poucos dias, Vereadora. A senhora pode ter certeza que essa
empresa é séria, honesta e está fazendo o Círculo Operário, se a senhora não
sabe! Aliás, o seu Vereador foi pedir o bônus para ele, o Eduardo, lá na OAS;
foi lá pedir e ele ajudou com essa demanda para lá.
A Ver.ª Sofia tem que
ficar por dentro do que acontece na Cidade. A senhora não pode ser contra a
Arena do Grêmio, Vereadora! Isso é um privilégio para nós! É um presente para a
Cidade! Aquilo lá estava abandonado, não tinha valor nenhum! Hoje, o valor está
crescente, está dando emprego, está valorizando. E tem pessoas que vêm dizer
que a Arena do Grêmio não proporciona nada!
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exa. permite um
aparte?
O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. Valter
Nagelstein, antes de dar um aparte ao senhor, quero dizer que o comércio
pequeno é contra o Carrefour e contra o Big, porque eles quebram os pequenos
quando fazem aquelas promoções! Eu duvido o comerciante pequeno gostar do Big e
do Carrefour.
O Sr. Valter Nagelstein: Vereador, sem entrar
nessa polêmica, eu quero apoiar a sua manifestação em relação ao que representa
o Grêmio e o Internacional. E as reformas dos estádios, especialmente, o
Guarani, de Bagé, e o Grêmio Esportivo de Bagé, também, diz o Ver. João Bosco Vaz,
mas, especialmente o que irradia no entorno dos estádios. Se olharmos a Mário
Quintana, a Tio Zeca, a Vila Tecnológica, a Farrapos, a Humaitá, os que vão
crescer, a partir da Arena do Grêmio, naquela região, é uma enormidade. O
comércio e os empregos lá vão ser positivamente impactados. E uma região que
era um banhado, um alagadiço fétido, vai ter uma transformação radical a partir
da Arena, na entrada da Cidade. Parabéns.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. Valter
Nagelstein. E mais ainda, o Grêmio proporciona milhares de empregos num evento,
são milhares de pessoas que vendem ao redor do Grêmio, as bancas, o vendedor
ambulante! E a Ver.ª Sofia Cavedon diz que não tem compensação nenhuma. Tem
compensação, estão sendo feitas! E tenho certeza absoluta que o Grêmio só
colabora com a Cidade, e colabora muito. Muitos jornalistas não conheciam o
outro lado do muro e hoje conhecem, graças ao Grêmio que começou primeiro.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. DJ
Cassiá está com a palavra em Comunicações.
O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Ver. Mauro
Zacher; Sras. e Srs. Vereadores, Ver. Valter Nagelstein, quero, aqui, fazer um
elogio: sei que o Procon é ligado à SMIC, e tanto o senhor como o Ver. Idenir
Cecchim prestaram um grande serviço para a sociedade de Porto Alegre em defesa
do consumidor e dos trabalhadores. Eu, quando tenho que cobrar, Ver. Valter – o
senhor me conhece –, cobro! E o nosso dever aqui é cobrar e fiscalizar. Também
é nosso dever, independente de bandeira política, falar das coisas boas que
determinados órgãos públicos e gestores fazem para a sociedade. Quero, aqui,
dar os parabéns ao Procon, Ver. Valter, porque essa produtora – não só no
Brasil, mas fora também –, essa que hoje está responsável pela produção do show da Madonna, que será em dezembro,
está desrespeitando, Ver. Valter, as leis municipais. Primeiro, desrespeitando
no Rio de Janeiro e em São Paulo – mas lá é um outro mundo; temos que ver o
nosso, aqui – e tentou fazer a mesma coisa aqui em Porto Alegre, Ver. Valter.
No final do ano, esta Casa votou e aprovou uma lei que garantia desconto de 20%
na meia-entrada. Então, Ver. Valter, essa produtora não estava respeitando essa
Lei. O Procon foi em cima e fez com que ela respeitasse uma lei municipal que foi
aprovada por esta Casa e sancionada pelo Prefeito José Fortunati, que dá, Ver.
Valter, 20% de desconto ao jovem estudante. Agora, neste momento, Ver. Valter,
a imprensa começa a divulgar que, como a produtora teve de dar os 20%, cumprir
a Lei que foi aprovada nesta Casa, o Procon está fazendo essa produtora cumprir
essa Lei, essa empresa agora criou uma outra forma de enganar as pessoas que
vão comprar os ingressos – através da Internet – para ir ao show, cobrando 20%, e o Procon já
comunicou que vai suspender a venda de ingressos pela Internet também. Quero
aqui dar os meus parabéns ao Procon.
O Sr. Valter
Nagelstein: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. DJ Cassiá,
quero cumprimentar a Dra. Flávia do Canto, que é a nossa atual Diretora do
Procon; o Omar Ferri Júnior, que hoje assumiu a SMIC – era o coordenador do
Procon –, e dizer que o Procon faz 80 mil atendimentos por ano. Nós estamos
ajudando o Poder Judiciário, porque tem mais de 90% de taxa de solução,
resolução dos problemas que são levados ao Procon. Nós estamos evitando que
esse assunto vá parar no Tribunal de Pequenas Causas, resolvendo e atendendo o
direito do consumidor. Nesse caso, agimos prontamente, e só espero, fazendo
coro à sua fala, que o Poder Judiciário não dê guarida a essa empresa, porque
essa prática de cobrar os 20% é abusiva, é criminosa, ela atenta contra os
direitos do consumidor. Nós queremos shows
em Porto Alegre, sim, nós queremos diversão, nós queremos espetáculos nacionais
e internacionais, mas não queremos ser ludibriados, não queremos ser enganados.
Então, agradeço a sua manifestação e cumprimento o Procon, sua Diretora, todos
os servidores e funcionários do Procon pelo belíssimo trabalho que fazem. Muito
obrigado.
O SR. DJ
CASSIÁ: Obrigado, Ver. Valter.
O
Sr. Alceu Brasinha V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Querido Ver. DJ Cassiá, realmente, com o tamanho do evento, o senhor,
que tem mais experiência que eu, já pensou o quanto vai ser proporcionado de
emprego nesse evento da Madonna? E mais, onde será? No Estádio Olímpico! O
Estádio Olímpico está contribuindo para as pessoas que gostam de show, de um evento desse tamanho.
O SR. DJ
CASSIÁ: Concordo com o senhor sobre a questão de que vai fornecer oportunidade
de empregos, mas a lei tem que ser respeitada, Ver. Valter Nagelstein; por mais
que se vá corresponder com determinados empregos, diretos ou não, tem que
cumprir a lei, e o Procon está hoje fazendo essa empresa cumprir a lei. Diga-se
de passagem, as vendas já tinham sido canceladas na semana passada.
Desrespeitaram a lei do Procon, e o Procon foi lá e lacrou as bilheterias onde
estavam sendo vendidos os ingressos. É isso que tem que fazer! Isso se chama
defesa do consumidor, não deixar que o consumidor seja ludibriado, não deixar que
o consumidor seja saqueado. Quero aqui dar os parabéns ao Prefeito José
Fortunati, porque ele poderia ter vetado a lei, e não vetou, ele sancionou a
lei. Essa lei vem ajustar aquela que existia, que dizia que o jovem tinha
direito à meia-entrada. Não, não tinha, porque teria que ter mais de um grande
espetáculo para ter meia-entrada, e Porto Alegre jamais vai comportar um show com mais de um grande espetáculo.
Então, a lei foi aprovada por esta Casa e
sancionada pelo Prefeito José Fortunati. Parabéns ao Prefeito, que deu
oportunidade, e o jovem hoje tem direito aos 20% assegurados por Lei. Parabéns
também ao Procon! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, Regimento Interno, art. 194. Eu quero
saber como será interpretado por S. Exa. o Sr. Presidente. (Lê.): “Cabe ao
Presidente dirimir as dúvidas suscitadas em Questão de Ordem. § 1º: Em caso de
discordância com a decisão do Presidente, cabe ao autor da Questão de Ordem
recurso ao Plenário, nos termos do art. 99 desta Resolução. § 2º: O Presidente
determinará a leitura do parecer da Comissão de Constituição e Justiça para
conhecimento e deliberação do Plenário, após encaminhamento pelo Autor, Relator
e Lideranças”.
Pergunto a Vossa Excelência: o Parecer da Comissão
de Justiça será trazido a votação em Plenário?
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Ver. João Antonio Dib, responde-me aqui a nossa
Assessoria que sim, passará pelo Plenário.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sou grato.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigada, Ver. Mauro Zacher. Falo em Liderança do meu Partido e, em
primeiro lugar, quero deixar aqui muito claro, caso não houver ficado claro na
minha intervenção de dois minutos sobre o tema do conflito entre o Conselho de
Cultura e a lei que aprovamos do Plano do Livro da Leitura, que eu considero
que essa disputa não é boa, não ajuda, e que, sim, a responsabilidade grande é
do Governo, que não valoriza o Conselho de Cultura – portanto, não se envolve,
não dá condições, e a Ver.ª Fernanda fez um excelente trabalhado. Ela não tem
nenhuma responsabilidade com esse conflito. Ela foi uma grande liderança e fez
uma grande conquista porque soube organizar o movimento social. A Ver.ª
Fernanda tinha entendido que eu a havia responsabilizado, mas não, eu quero
deixar isso muito claro. O que eu tentei mostrar é que, de fato, o Conselho de
Cultura luta muito para ser ouvido e ele precisa ser valorizado.
Em segundo lugar, a nossa Bancada do Partido dos
Trabalhadores sempre problematizou muito – e falo aqui pela Liderança do PT –,
que, a cada empreendimento que se instala em Porto Alegre, é preciso tanto
aplicar medidas mitigadoras, quando há impactos, Ver. Brasinha, quanto medidas
compensatórias. E, toda vez que eu levanto o tema da Arena do Grêmio, não é
porque eu sou contra o Grêmio – porque eu sou gremista, torcedora –, e muito
menos do Inter, de quem eu não sou torcedora. Ao contrário. É claro que, se eu
fosse priorizar entre cultura e entretenimento, eu priorizaria a cultura,
porque futebol é entretenimento – futebol de alto nível, outra coisa é o
esporte desenvolvido como oportunidade física. Mas esse é outro debate. Não
adianta, Ver. Brasinha, me ameaçar com a torcida do Grêmio e insistir que sou
contra a Arena. Não.
Nós temos um problema bem sério no Humaitá, que é
dar solução viária ao entorno da Arena do Grêmio. V. Exa. informa aqui que o
Parque Alim Pedro é uma contrapartida da Arena do Grêmio. Eu não lembro disso.
Eu fui à Audiência Pública lá no Humaitá, V. Exa. também, e foram elencados
muitos pedidos de contrapartida. Eu não me lembro do Parque Alim Pedro. Eu não
sei como, quem decidiu que fosse o Parque Pedro. Eu não tenho nada contra, ele
tem necessidades e tem que ser revitalizado, assim como muitos parques; agora,
a comunidade do entorno determinou outras contrapartidas. Ela pediu outras
contrapartidas! Não conta, Ver. Brasinha, reconstruir uma escola que foi
destruída, cujo terreno foi utilizado pela Arena. Isso não conta como
contrapartida. Não conta!
Então, eu acho que o empreendedor ali vai ganhar
muito, terá hotéis, muitos estacionamentos, vai render muito ICMS, vai render
muito emprego.
Nós estamos fazendo um movimento importante, eu
tenho falado com o Eduardo, e com o Engenheiro Marcos, Ver. Brasinha, e tenho
proposto intermediações em relação ao Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego; a nossa Frente Parlamentar de Enfrentamento à Miséria
tem proposto intermediações. Nós queremos montar um curso via Senai para
beneficiar todos os moradores do entorno: a Tio Zeca, o Beco X...
(Aparte antirregimental do Ver. Valter Nagelstein.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Não, querido, dos cursos que tem dentro da Arena do Grêmio, quem se beneficia
são os trabalhadores do Nordeste, que estão fazendo com o Senac dentro da
Arena, não é o povo de fora, desculpe, Ver. Valter. Essa ponte não foi feita
ainda.
(Aparte antirregimental do Ver. Valter Nagelstein.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Como estou falando em tempo de Liderança, Ver. não são permitidos
apartes. Mas eu quero fazer este debate. Eu sei que tem escola dentro da Arena,
mas é uma escola que inclusive está beneficiando. E eu acho que a luta dos
trabalhadores é universal, eu não acho ruim; os trabalhadores do Nordeste que
estão na Arena estão se qualificando, em parceria com o Senac e Senai, não tem
problema. O que queremos mais claramente é encaminhar a formação e a
incorporação dos vizinhos, Ver. Brasinha, da vizinhança, dos moradores de Porto
Alegre. Eles precisam se sentir participando desse movimento da Arena do
Grêmio.
Eu faço um comparativo simples: o Zaffari fez a
duplicação da Av. Grécia – ótimo, é assim que tem que ser. Chega um
empreendimento, vai beneficiar com ICMS, vai beneficiar com emprego, mas tem o
impacto direto! Senão a Prefeitura Municipal fica com um ônus imenso de ela
resolver o impacto, principalmente o viário, que é seriíssimo na cidade de
Porto Alegre. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, o que me traz a esta
tribuna, mais uma vez, é a questão dos ex-funcionários da Varig. Eu já falei,
aqui, anteriormente, sobre a situação de constrangimento, de preocupação, de
ansiedade, e de dificuldade que essas 9 mil famílias de ex-funcionários da
Varig estão passando. Há quase seis anos a Varig foi comprada pela Gol e não se
sabe até hoje por que a Gol só comprou, e o Governo autorizou, a parte boa da
Varig. Os funcionários da Varig, que, durante anos, contribuíram com o Fundo
Aerus para uma aposentadoria de R$ 10 mil, R$ 12 mil, R$ 15 mil, hoje recebem
apenas 8% disso, ou seja, R$ 700,00, R$ 800,00, R$ 1.000,00. E o mais grave é
que o dinheiro do Fundo Aerus só tem grana para pagar até o mês de maio – e o
Governo Federal deve, para o Fundo Aerus, R$ 6 bilhões sobre aquelas diferenças
de aumento de tarifa. E o pior: esse processo está no Supremo Tribunal Federal,
a Relatora é a Ministra Carmen Lúcia, que, dias atrás, disse o seguinte: “Eu
tenho duas preocupações na minha vida: a questão indígena e a questão dos
ex-funcionários da Varig, que são processos humanos, precisam ser resolvidos”.
Então, tem que dar logo esse parecer! São pessoas com famílias, há funcionários
da Varig que já faleceram, que já morreram e que não receberam o que tinham
direito.
Agora, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, quando
uma empresa compra outra, no caso da Gol, que comprou a Varig, ela compra para
usar o nome, para usar as rotas, pois a Gol não usa nem o nome e nem as rotas
da Varig! Mas por que comprou?! Quem explica por que foi autorizado só comprar
a parte boa da Varig? Eu nunca vi disto: uma empresa comprar a outra e não vir o
passivo trabalhista! Vou dar um exemplo aqui: a TV Record comprou a TV Guaíba,
comprou o Correio do Povo, e comprou os passivos também. E acertou tudo! Agora,
em relação à Gol, o Governo Federal só deu a parte boa para a Gol. Hoje, é dia
26 de abril, e eu vou repetir: o dinheiro do Fundo Aerus só paga o mês de maio para essas quase 9 mil famílias de
ex-funcionários – comissários, comandantes, pessoal de terra,
mecânicos, engenheiros! E a massa falida? Não dá para entender. Olha, eu tenho
uma indignação com isso, porque se este processo é prioritário, se é humano,
como diz a Ministra Carmem Lúcia, se envolve quase 9 mil famílias, que a vida
toda descontaram do seu salário para ter essa complementação de
aposentadoria... E aí o Governo Federal deixa a Fundação Rubem Berta retirar
dinheiro do Fundo Aerus para tentar salvar a Varig, quando nenhuma outra
situação em fundo de pensão aconteceu? Ninguém pode tirar o dinheiro do fundo
de pensão! Pois o Governo Federal autorizou a Fundação Rubem Berta a retirar o
dinheiro do Fundo Aerus e, hoje, falta o dinheiro para pagar essas pessoas.
Por favor, Ministra
Carmem Lúcia...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver.
Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, Presidente Mauro Zacher,
quero aqui cumprimentar a todos. Cada vez que o tempo fica para chuva, eu me
pergunto – e agora a chuva começou – como ficará a Av. Manoel
Elias? Ver. Dr. Goulart, o senhor, até há bem pouco tempo, era o Diretor do
DEMHAB e presenciou e conduziu os trabalhos sobre a questão daquela área da Av.
Manoel Elias. É uma área que estava destinada – conforme o
senhor sabe, pois ajudou a trabalhar nesta questão – para serem construídos lá 250 apartamentos para que os moradores do
Jardim dos Coqueiros, que eram os legítimos proprietários daquela área, por
conquista deles no Orçamento Participativo, onde nós todos trabalhamos, quem
não trabalhou diretamente, trabalhou indiretamente, não passassem mais um
inverno dentro da água. Cada vez que chove, casas ali são arrastadas. Nada
contra a quem está ocupando a área, mas eu gostaria de ter uma informação,
alguma coisa, pois os moradores estão me pressionando lá, eu não consigo dar
respostas, e aí fica complicado. Os moradores, durante muitos anos, conquistaram uma área no Orçamento Participativo, fizeram parcerias,
foram até o senhor, o senhor nos deu ideias, colocou dentro do Programa Minha
Casa, Minha Vida, para a construção de 250 apartamentos, que poderia, de
repente, abrigar todos que estão lá residindo, bem como os que não estão ainda,
porque não foi construído. E, hoje, nós não obtivemos uma resposta, nem positiva,
nem negativa, nada, do que podemos fazer para ajudar aquele povo, para que eles
não passem mais um inverno perdendo as suas casas, com as crianças dentro do
Arroio Passo das Pedras. Então, estou aqui tentando buscar uma saída, mas não
vejo nenhuma. E a pressão dos moradores é muito grande, com toda razão.
Inclusive, eles acham que nós os estamos enganando. Agora, nesta semana, pegou
fogo em três casas desses moradores do Jardim dos Coqueiros, ou seja, são três
famílias que estão sem casa. Estamos trabalhando todos aqui para tentar casas
de emergência junto ao DEMHAB, e eu faço um apelo aos senhores para que
intercedam, com a maior rapidez possível, junto ao DEMHAB, para que essas três
famílias que ficaram sem casa recebam, o mais rápido possível, um cantinho para
botar os seus filhos. E nós não podemos esquecer a conquista que eles fizeram
durante vários anos, porque nós todos temos um compromisso com o OP da Cidade.
O Orçamento Participativo não pode, em momento nenhum, de maneira nenhuma, ser
jogado de lado. Está lá dentro do caderno, não pode ser engavetado! Se existe
alguma outra área, Ver. Dr. Goulart, e eu apelo ao senhor que tem conhecimento
de todas as áreas de Porto Alegre, que possa ser negociada e tirar de lá as
pessoas que estão ocupando aquela área, para liberar para a empresa iniciar as
obras... Ou, daqui a pouco, vai ter que sair outra licitação, daqui a pouco vai
ter que se fazer novamente todo esse trabalho que o senhor já fez. Eu
participei desse trabalho, nós dois trabalhamos, assim como várias outras
pessoas, lideranças comunitárias, conselheiros do OP, delegados do OP, durante
muito anos, para que isso viesse a se concretizar, e, na hora de concretizar
isso, vão lá e ocupam a área; ocupam por necessidade, sou parceiro deles, como
tenho certeza que o senhor também é, mas direito é direito, e tem que ser
mantido. Então, faço um apelo aos senhores, caso exista uma possibilidade de se
criar uma alternativa. Lá, há pessoas, dentre as 155 famílias que vão sair, da
beirada do Arroio, contempladas por uma lei que determina que elas fiquem 15
metros longe. Se nós pudermos puxar algumas e contemplar... Porque eu vou ser
sincero: naquela área da Av. Manoel Elias, menos de 20% não têm onde morar, os
outros têm. Os outros têm que fazer um cruzamento aí e buscar até no Ministério
Público. Então, quero deixar bem claro aqui que somos parceiros nisso, queremos
que se manifestem ou digam de uma vez: tirem a esperança daquele povo! Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Haroldo de Souza assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Elias Vidal está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ELIAS
VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, público que nos assiste nesta Casa Legislativa e pela TVCâmara,
imprensa, quero fazer com os senhores uma reflexão a respeito de uma matéria de
quase uma página, que saiu, na segunda-feira, em um jornal de grande circulação
do Estado do Rio Grande do Sul, que diz: “espaço polêmico: lei que cria
“cachorródromo” na Redenção pode mudar”. Eu queria falar um pouquinho sobre
isso. Na realidade, há um projeto de lei, que esta Casa aprovou, de autoria do
Ver. Dr. Raul Torelly, semelhante a um projeto de minha autoria, para a
Redenção. Só que o projeto do Ver. Dr. Raul Torelly é abrangente, é amplo, pois
ele estende a várias praças e parques, e, se não me falha a memória, abrange
uma área cujo tamanho não é menor do que 10.000 metros quadrados. Na ocasião,
não sabendo do projeto dele, e nem ele do meu, eu pensei que, por se tratar de
um projeto tão complexo, deveríamos começar com um plano-piloto, começar por um
projeto. Como na Redenção já há um lugar consagrado que se chama
“cachorródromo”, cujo nome é meio estranho, porque aí você diz “sambódromo”, “fumódromo”,
“cachorródromo”, e isso dá uma conotação... Nada contra o samba, nada contra
quem fuma – eu não fumo, mas respeito quem fuma –, mas acho que o nome não soa
muito bem. Só que as pessoas já dizem: “Aonde vamos nos encontrar? No
cachorródromo da Redenção”.
Então, nós, no Projeto, colocamos Recanto do Amigo
Fiel. Este nome, Recanto do Amigo Fiel... Eu perguntei para o Dr. Jair Farias, nosso querido amigo, já falecido... Na
ocasião, eu disse: “Jair, pensa num nome que seja um nome carinhoso com que a
gente possa designar o espaço dos animais de quatro patas, dos bichinhos ali na
Redenção”. Aí nós fomos para a Redenção e fizemos uma enquete, uma pesquisa;
conversando com as pessoas da Redenção, observamos uma série de coisas que
estão faltando, de demandas, para a área se tornar um lugar aconchegante,
apropriado, adequado para os donos dos cãezinhos e para os próprios cães. Por
exemplo, quando chove numa quinta-feira, numa sexta-feira, no sábado ainda não
secou, porque, como a área é alagadiça, ela enche de água, torna-se um banhado,
e até secar, com muito sol, leva uns dois, três, quatro dias. As pessoas, como
não têm onde sentar e, quando sentam, é num meio-fio, bem estreito, sentam ali
e ficam numa situação totalmente desconfortável, com dor nas costas. Há também
uma passarela, que é pequena e tem pouco lugar para sentar. Não tem sombra, não
tem banco, não tem água para beber, nem água para humanos nem para os mais
humanos, que são os nossos cãezinhos, que, muitas vezes, são mais humanos do
que os seres humanos nas suas atitudes. Nessa pesquisa, nesse trabalho que
fizemos junto à comunidade dos que gostam, dos que amam cachorro... Eu tenho
seis cachorros e seis gatinhos em casa, com as gatinhas também. Saiu essa
matéria e eu respondi ao jornalista que, da minha parte, não tem problema
nenhum. A primeira-dama, Regina Becker, disse: “Não vai ser ali; o espaço para
os cachorros vai ser no antigo minizoo”. Eu disse: “Para mim não tem problema
algum; sendo bom para a Cidade, sendo bom para os cachorrinhos, sendo bom para
os donos, que interagem, tomam o seu chimarrão, batem papo, da minha parte,
nada contra”. Conversei hoje com o Dr. Raul, nós fechamos essa questão, de
fazer uma fusão...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em
Comunicações.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Sr. Presidente Haroldo de Souza, na presidência dos trabalhos; Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste nas galerias, TVCâmara,
senhoras e senhores, venho a esta tribuna conversar a respeito de uma
priorização dos nobres Pares, tendo em vista a iniciativa deste Vereador, que
protocolou pedido de criação de uma Comissão Especial nesta Casa, para que
possamos tratar da Lei de consolidação dos limites de bairro em Porto Alegre.
Quero dizer que – durante o período em que estive
respondendo pela Secretaria do Planejamento – tivemos um árduo trabalho, aliás,
iniciado em 2005, por iniciativa do nosso colega, já falecido, Isaac Ainhorn.
Liderado pela supervisão de Desenvolvimento Urbano, dentro da Secretaria do
Planejamento, um grupo de arquitetos e engenheiros debateram, durante esses
anos, a consolidação das leis dos bairros em Porto Alegre.
Hoje temos 81 bairros na Cidade que estão
mencionados ou estruturados em torno de 28 leis.
O objetivo do trabalho técnico foi no sentido de
oportunizar uma revisão nessa Legislação e algumas correções que entendemos que
foram oportunas também. Vou trazer alguns exemplos para elucidar, aqui, a nossa
intervenção neste Período de Comunicações.
Por exemplo, o Aeroporto Salgado Filho está
dividido em dois bairros. Se um turista vier a Porto Alegre, é importante que
possamos dizer: “O Aeroporto está no Bairro Anchieta”. O turista pode se
dirigir ao Bairro e encontrar o Aeroporto. Não dividir o Aeroporto ao meio, ou
em dois, três bairros, como pode acontecer agora com a expansão da pista,
porque então teremos o Aeroporto Salgado Filho no Bairro São João, um pedaço no
Bairro Anchieta, outro pedaço no Bairro Sarandi.
Temos algumas leis, Ver. Adeli – já concedo um
aparte, logo em seguida – que estão sobrepostas. Por exemplo, tivemos um debate
aqui na Câmara, inclusive a Câmara colaborou sobremaneira com esse trabalho, porque aqui foram realizadas as dez Audiências
Públicas para que nós tratássemos do tema. Alguns bairros estão sobrepostos,
por exemplo, o Mário Quintana e o Rubem Berta estão sobrepostos. Então, para
corrigir distorções como essa, eu acho importante que aqui na Casa nós possamos
iniciar esse debate, até mesmo antes dele vir do Executivo, para que a Câmara
possa dar uma contribuição no sentido de nós já adiantarmos esse debate com a
sociedade, porque foram inúmeras as contribuições. Só para o senhor ter uma
ideia, Ver. Adeli, nós colhemos 156 contribuições ao Projeto, e nós temos 81
bairros. Praticamente nós temos três contribuições por bairro, se nós fôssemos
fazer uma conta simples aqui.
O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) O tema é importante, temos que ouvir,
principalmente, as comunidades atingidas, porque algumas coisas consolidadas
nem sempre, sob o ponto de vista urbanístico, são as melhores. Nós temos, ao
mesmo tempo, que compatibilizar a modernidade, a modernização e a tradição.
Agora, é inaceitável ver na televisão uma empresa privada como a OAS fazendo
publicidade de um equipamento, de um bairro da Cidade, e dar uma ideia de que
aquele bairro se chamará Liberdade. Várias pessoas já têm nos contatado sobre
isso. Acho que isso é um desserviço para a consciência da cidade de Porto
Alegre, para o seu urbanismo.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Obrigado, Vereador.
Concluindo, eu quero pedir aos nobres Pares que a gente possa também agilizar a
instalação dessa Comissão Especial, porque acho que essa pauta vai levantar
alguns enfrentamentos de opiniões. Por exemplo, aqueles que divergem da ideia
de que o Centro de Porto Alegre deva se chamar Centro Histórico. Acredito que
deva se chamar Centro e, dentro do Centro, haver um Centro Histórico, e outras
divergências que, ao longo do debate, foram aparecendo.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Rapidamente, Ver. Bins Ely, para cumprimentar
o trabalho brilhante que V. Exa. fez nessa ordenação, e, evidentemente dele
participei algumas vezes. Gostaria de depois oferecer algumas sugestões em face
de aspectos históricos de determinados bairros da Cidade.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito obrigado,
Senador. Então concluo dizendo que foi protocolado e eu aguardo, então, as...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente dos
trabalhos, Haroldo de Souza; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e
senhores, meu querido amigo, Ver. João Dib, que está aí ao lado do meu amigo
Pedro Ruas, eu quero falar aqui, neste tempo que tenho, a respeito da decisão
que nós tomamos na Comissão de Constituição e Justiça, quando estávamos
decidindo sobre aquele processo, em que estamos votando os interesses dos
Procuradores aqui do nosso Município, e houve, quando o Processo estava na
Comissão, um Pedido de Diligência, feito pelo Ver. Mauro Pinheiro. No mesmo
instante em que houve o Pedido de Diligência, houve também a anexação, ao
Processo, de informações, e estas informações, no entender deste Vereador que
Preside a Comissão de Constituição e Justiça, atendiam a todas as dúvidas que
estavam sendo colocadas no Pedido de Diligência. Por isso, Ver. Elói Guimarães,
nós resolvemos lá, na Comissão de Constituição e Justiça, não dar a diligência,
porque víamos – e inclusive esses eram os comentários – que a diligência era
apenas procrastinatória. Ela não tinha o objetivo, na verdade, de esclarecer
absolutamente nada, porque os esclarecimentos já tinham sido dados. A
diligência era apenas procrastinatória, e este Vereador, Ver. João Dib,
inclusive, não é favorável a tudo aquilo que está escrito no Projeto dos
Procuradores. Eu tenho, na verdade, sérias restrições com relação ao Projeto
dos Procuradores, mas com relação às diligências que foram pedidas – ah, não!
–, eu tinha certeza absoluta que, de acordo com o que manda o Regimento desta
Casa, lá no artigo nº 51, eu não precisava fazer com que o Processo fosse
remitido para mais informações. Por isso, e inclusive dei ciência disso a todos
os membros da Comissão de Constituição e Justiça, nós não precisávamos mandar o
Projeto em diligência. Ora, o Projeto só pode ir para diligência quando ele
está passando pela Comissão, está na sede da Comissão. Fora da Comissão ele não
pode mais ir à diligência. O Processo saiu de lá e veio para o Plenário, Ver.
Pedro Ruas. Aqui no Plenário, o Ver. João Dib, fez um recurso. Esse recurso,
com relação à diligência que não foi dada, está, na verdade, fora de tempo. Ele
não está obedecendo ao tempo correto, porque o recurso tinha que ser feito
quando o Processo ainda estava lá na Comissão. Fora da Comissão, aqui, é claro
que o Ver. João Dib faz um recurso, mas não para que a diligência possa ser
dada, Ver. Elói Guimarães; o recurso do Ver. João Dib não pode interferir mais
naquela atitude tomada por este Vereador enquanto Presidente da Comissão de
Constituição e Justiça. Cabia recurso da decisão do Presidente? Claro que sim,
cabia recurso da decisão do Presidente, mas só enquanto o Processo estava lá na
Comissão. Depois que o Processo saiu da Comissão, já não tinha mais por que
entrar o recurso. E, se entrou o recurso, aí ele já não tem mais o condão de
anular aquela decisão tomada pelo Presidente, até porque a diligência só
poderia ter sido pedida quando o Processo estava lá, passando pela Comissão. O
Processo já está aqui no Plenário. Houve por bem o Presidente da Casa solicitar
uma reunião com todos os Vereadores para que possam colocar emendas, para que
possam colocar substitutivos, para que possam dizer o que pensam a respeito da
tramitação deste Projeto. Eu pretendo, inclusive, oferecer emendas a esse
Processo, ou talvez até um substitutivo para que ele possa tramitar de uma
maneira mais correta. Com relação à diligência, esta já é...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PEDRO
RUAS: Presidente, apenas para deixar claro ao Plenário porque este tema que o
Ver. Luiz Braz trouxe à tribuna é muito importante. O recurso que o Ver. João
Dib apresentou foi recebido como Questão de Ordem pelo Presidente Mauro Zacher,
confirma a DL, e não como recurso, foi recebido como Questão de Ordem,
relembrava-me agora o Ver. João Dib. Esse é um dado importante para que não
gere qualquer tipo de equívoco com relação ao que estamos debatendo, até porque
há uma reunião, segunda-feira, às 9 horas, de todos os Vereadores com os
Procuradores do Município. Por isso eu queria deixar bem claro que foi recebido
não como recurso, Ver. Luiz Braz, e, sim, como Questão de Ordem. Muito
obrigado, Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, venho a esta tribuna
para falar de uma questão que a população de Porto Alegre espera há 240 anos,
que é a revitalização da Orla do Guaíba. Passaram inúmeros Prefeitos, inclusive
do nosso Partido, nesses 240 anos, e não fizeram essa revitalização que todo
mundo prega, que todo mundo fala. Agora o Governo que está aí instalado
resolveu fazer a revitalização do Guaíba, com quiosques em condições, não
aquela sujeira que está lá, não aquela imundície que está lá, com as pessoas
vendendo maionese em isopor. Queremos qualificação na Orla, ciclovias, espaços
esportivos. E aí foi contratado, por notório saber, o arquiteto Jaime Lerner.
Mas, como sempre, há os do contra, que é a tal de minoria barulhenta que é
contra tudo. “Vou fazer tal coisa. Não pode! Mas vou fazer tal coisa. Não
pode!” Na terceira vez, vamos ver! Tem gente que é contra a revitalização do
Cais do Porto! Estão lá as pombas transmitindo cinquenta tipos diferentes de
doenças, e tem gente que é contra. Aí contrata, por notório saber, o arquiteto,
e a minoria vai para o Ministério Público: “Não, não pode contratar, o Prefeito
está errado, o Município está errado!” O que disse o Promotor, o Ministério
Público? “Está correto! O arquiteto em questão tem notório saber, o valor está
de acordo com a tabela do IAB, o Instituto dos Arquitetos”. Tanto que, num
debate na Rádio Gaúcha, de que eu participei, o Presidente do IAB, Dr. Tiago,
filho de um grande homem público, que é o Clóvis Ilgenfritz, disse: “A
contratação do Jaime Lerner é legal, e o valor está dentro da tabela do
Instituto que eu presido”.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vereador, eu quero cumprimentá-lo, realmente V. Exa. tem razão. E para
melhorar o clima, esse ambiente maravilhoso que nós estamos agora neste momento
convivendo, já passamos por outras turbulências... Inclusive, na votação do
Projeto de Revitalização do Cais do Porto, infelizmente muitos colegas desta
Casa votaram contra.
O SR. JOÃO
BOSCO VAZ: É que, na realidade, Porto Alegre precisa evoluir, Porto Alegre precisa
se desenvolver. Agora, entre ficarem lá as pombas transmitindo 50 espécies de
doenças e revitalizar o Porto, revitaliza-se o Porto. Nós não temos pontos
turísticos em Porto Alegre. Quais são os pontos turísticos de Porto Alegre?
Quais são? Ali nós teremos um ponto turístico – bares, restaurantes, museus,
cinemas –, e aquilo é um conceito de Orla. Agora, as pessoas são contrárias e
querem deixar aquelas barracas imundas, anti-higiênicas, Ver.ª Fernanda, onde
muitos vendem, vou repetir, maionese no isopor. Agora nós vamos ter
qualificação na Orla, as pessoas terão ali o prazer, a satisfação de poder
frequentar aquele espaço; hoje já frequentam, mas vai melhorar muito. E as
pessoas, por questões políticas, talvez, posicionam-se contra. Essas questões
grandiosas de uma cidade, como revitalização do Porto, metrô, revitalização da
Orla e tantas outras grandes obras, não têm espaço para cor partidária nem para
debate político.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Obrigado, Ver. João Bosco Vaz.
O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR.
GOULART: Meu querido Presidente, meu colega e amigo Haroldo de Souza, a voz linda
do Rio Grande; minhas queridas Vereadoras, Srs. Vereadores; quero cumprimentar
o Sr. Evaristo Mutti, Presidente da Liga de Carnaval do Rio Grande do Sul aqui
presente, a quem mando o meu abraço amigo, desejando um belo mandato na liga
carnavalesca.
Pois falava o nosso querido Ver. Paulinho Rubem
Berta... Eu não pude dar o aparte para o Beto Moesch, porque ele estava tomado
de grande emoção, e eu vi que ia atrapalhar mais dando o aparte do que falando,
mas queria dizer da minha solidariedade e da minha certeza de que V. Exa.
desfruta de um dos maiores conceitos como ambientalista no Brasil. Não foram
poucas as vezes que disse que V. Exa. tinha que ser Deputado Federal para
influenciar no meio ambiente do Brasil, dentro do Congresso.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Querido Ver. Dr.
Goulart, rapidamente, pois sei que V. Exa. tem muito que falar, quero dizer que
para nós é motivo de orgulho o senhor ter sido o maior e o melhor Secretário da
Habitação do Rio Grande, em Porto Alegre. Isso nos conforta muito, porque só o
senhor fez um trabalho tão bonito quanto o nosso “dinossauro” Pujol.
O SR. DR.
GOULART: Muito obrigado! Muito obrigado! Quanta honra para mim ser comparado ao
“dinossauro” Pujol, meu mestre, meu professor!
Dizia o Paulinho Rubem Berta, que está preocupado,
que nós temos que tirar – e aí vem um novo inverno – uma população enorme da
Zona P4, da Vila dos Coqueiros, ali na Zona Norte, um projeto que ele vinha
namorando há tempo como líder comunitário. E nós não estamos conseguindo fazer
por dois motivos, dois acidentes indesejáveis que aconteceram com as terras que
nós elencamos na Av. Manoel Elias e que nós cedemos, por meio do Governo
Fortunati, para esta obra, que é a obra atrás da igreja da Av. Manoel Elias.
Primeiro, porque ela foi invadida. Pasmem! Invadiram, Ver. Braz, terra para
gente pobre! Quando o pessoal invade terra de gente rica, eu até fico achando
que não tem direito, porque tem dono, mas eu até poderia socialmente dizer que
se pode discutir isso. Mas terra onde vai morar gente muito pobre, gente muito
necessitada, gente que está num ambiente completamente inóspito do ponto de
vista sanitário, de segurança, de educação, de cultura ou do que os senhores
imaginarem, como ali, na Vila Coqueiros, eu nunca vi! E a invasão persiste. Eu
não sei por que o Juiz já não mandou tirar, por que o Oficial de Justiça já não
foi lá, uma vez que uma das últimas coisas que fiz no DEMHAB foi entrar na
Justiça pedindo imissão de posse daquela área. Claro que o
Paulinho Rubem Berta tem que estar preocupado. E ele tem que estar preocupado
mais ainda. Por que foi invadido? Porque nós fizemos um chamamento, que é uma
espécie de licitação, agora que existe para o Minha Casa, Minha Vida; para
facilitar, uma empresa só se apresentou e esta – faço a denúncia aqui desta
tribuna – jamais começou a obra; apresentou projeto, tudo e não se interessou
pelo projeto e, simplesmente, a empresa não foi fazer a obra, porque disse que
o Minha Casa, Minha Vida foi mal pensado pelo Governo Federal e que dá muito
pouco lucro. Claro que as empresas têm que ter lucro, mas e a parte social,
onde é que fica?
Vou voltar a este
tema, porque o tempo é muito exíguo. Falei em homenagem ao Paulinho Rubem
Berta, que está preocupado com o projeto que estava quase pronto. Nós íamos tirar
250 famílias de área inóspita, e isso não pode acontecer. As empresas que não
constroem para o Minha Casa, Minha Vida para famílias com renda de zero a três
salários, têm que ser ditas aqui nesta tribuna quem são elas. E nós,
Vereadores, temos que pressioná-las, Ver. Beto Moesch, Cassiazinho, mestre Dib,
que me ouvem com atenção, precisamos fazer com que as empresas construam casas
para famílias com renda de zero a três salários, para aquelas famílias que em
nenhum outro momento da história nacional poderão ter casas para morar. Este é
o momento: Minha Casa, Minha Vida! Só que, em Porto Alegre, tem que acontecer
como no resto do Brasil! Haroldo de Souza, o meu abraço, muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Está
encerrado o período de Comunicações.
Passamos ao
O Ver. Beto Moesch
está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu já vim diversas vezes a esta tribuna
falar sobre a alteração do Código Florestal que foi aprovada ontem, depois de
passar, pela primeira vez, na Câmara dos Deputados com mais de 400 votos
favoráveis à alteração. Os Deputados votaram pela “menos preservação da natureza”
no Congresso Nacional; no Senado, se deixou menos pior a redação; e ontem
vários Destaques foram apresentados e aprovados.
Quero, aqui, destacar aos telespectadores o
seguinte: o Código Florestal não diz respeito apenas à Zona Rural, ele diz
respeito tanto ou até mais com relação à Zona Urbana e à Zona Costeira.
Excluíram inclusive o art. 1º da proposta, que, dentre outras coisas,
estabelece os princípios da política florestal do País. Então, por exemplo, foi
suprimida – imaginem – a orientação para que o Brasil se comprometesse com a
preservação das florestas, da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e
com a integridade do sistema climático – tema da Rio +20, tema da Eco 92,
conferências das quais este País não só é signatário, mas também anfitrião.
Portanto, suprimir, Ver, Humberto Goulart, os princípios regidos no art. 1º do
Código Florestal mostra que, por trás da alteração do Código Florestal, existem
vários outros interesses além de apenas, entre aspas, a produção rural.
Foi eliminado também: “(...) a função estratégica
da produção rural para a recuperação e manutenção das florestas.” Foi também
suprimido que o Brasil deveria seguir modelo de desenvolvimento ecologicamente
sustentável para conciliar o uso produtivo da terra com a preservação. Vejam:
princípios retirados do Código Florestal, mostrando o total descompromisso da
maior parte da Câmara dos Deputados e dos setores que estão lá pressionando contra qualquer tipo de proteção do solo, da água, da
vegetação, do ar e do clima. Vejam, o que era para ser uma alteração, principalmente
na Zona Rural – e é bom que se saiba, as chamadas Áreas de
Preservação Permanente, que são as áreas que devem estar sempre vegetadas na
beira dos recursos hídricos, nas encostas e nos topos de morro, isso, desde
1934, com Getúlio Vargas, depois, em 1965, e alterações posteriores, essas
Áreas de Preservação Permanente sempre foram estabelecidas tanto para a Zona
Rural como para a Zona Urbana, ou seja, o topo de morro, o morro que está em
uma cidade, o seu topo e a sua encosta devem estar tão preservados quanto o
morro da Zona Rural, o mesmo para as faixas de vegetação junto aos recursos
hídricos; pois, está suprimida a previsão de Áreas de Preservação Permanente em
Zona Urbana, não há mais Áreas de Preservação Permanente em Zona Urbana. A
proteção de vegetação nas áreas a que me referi, se sancionado, nas cidades,
não haverá mais proteção, ou seja, a construção em topos de morros, em encostas
e beira de recursos hídricos passa a ser admitida. Isso foi um destaque ontem à
noite que ninguém imaginava que iria ocorrer. Ou seja, as cidades, as mais de
cinco mil cidades do País vão ter que legislar. E será que vão ter condições de
legislar? Mais: vejam como o objetivo é apenas
desenvolvimentista, eliminando todo o tipo de conceito e de instrumento de
planejamento, de pesquisa, de cuidado e de responsabilidade para com os
recursos naturais, para com a vocação, porque, inclusive, fica retirado do
texto o artigo que exigia a adesão de produtores ao Cadastro Ambiental Rural
para que possam ter acesso ao crédito agrícola.
Ora, todos nós temos
essa obrigação. Nós estamos cadastrados no SPC. Não é assim, Ver. Goulart? Para
ter um crédito, o meu nome vai ser consultado, e eu não vou conseguir o crédito
se eu não paguei uma conta. Isso passa a não existir mais para a produção
rural. Quem não paga, quem degrada, continua recebendo financiamento pago pela
sociedade, porque são financiamentos públicos, financiamento do Governo, que
nós pagamos, são os nossos impostos. Então, aqui se quebra a isonomia. Pode
degradar, pode infringir a lei, porque vai continuar sendo financiado!
Destaques aprovados:
“Obrigação de divulgar na Internet os dados do Cadastro Ambiental Rural com o
objetivo de dar maior transparência à regularização de imóveis rurais. O
objetivo do registro é facilitar o controle e o monitoramento das produções
agropecuárias e a fiscalização de desmatamentos”. Retirado do texto! É a mesma
coisa que nós retirarmos, por exemplo, qualquer tipo de fiscalização do
trânsito.
Sai do Código
Florestal Brasileiro a obrigatoriedade de recompor 30 metros de mata ou
vegetação nativa em torno de olhos d’água ocupados por atividades rurais
consolidadas até 28 de julho de 2008. Ou seja, nós passamos, com isso, a não ter mais
previsão de AAP, Ver.ª Fernanda, em Zona Urbana. Não existe mais, pelo texto,
proteção de vegetação em topo de morro, encostas e beira de recursos hídricos
na Zona Urbana, consolidando e permitindo o que hoje é irregular como regular,
seja habitação de baixa renda, seja habitação de alta renda, seja indústria, seja
o que for. Na cidade não há mais tutela com relação a essas áreas, ocasionando
erosão, assoreamento, enchentes, mudança climática, risco para as pessoas. Aí,
alguns falam o seguinte, o que é verdade: “Mas esta lei muito pouco foi
cumprida e respeitada”. É verdade, mas o Código Penal também! Ou o Código Penal
é respeitado? O Código de Trânsito é respeitado? O Código Civil? Então, nós
vamos flexibilizar o Código Nacional de Trânsito porque as pessoas continuam
dirigindo embriagadas? Vamos permitir que dirijam embriagadas porque não
respeitam o Código Nacional de Trânsito? É isso que foi feito do Código
Florestal! E a especulação imobiliária pegou carona com os ruralistas, porque
seria apenas para a Zona Rural, mas passou a ser também para a Zona Urbana, de
forma ainda mais drástica e com menos tutela. Os 30 metros que eram para ser
preservados na Zona Rural passaram a ser 15 metros. E quem preservou 30 metros?
É claro que vai querer recuar para 15 metros, ou vocês acham que não existe
nenhum caso de preservação de 30 metros Brasil afora? Em Porto Alegre há, eu
adotei o Código Florestal Federal aqui em Porto Alegre, na íntegra: 30 metros
de cada lado. Ver. Dr. Goulart, V. Exa. não era ainda Diretor-Geral do DEMHAB,
pergunte para o Tessaro. Nos empreendimentos do DEMHAB, nós exigíamos a
preservação dos 30 metros de cada lado, e não permitíamos em topo de morro e
encostas.
(Aparte do Ver. Dr. Goulart fora do microfone.
Inaudível.)
O SR. BETO
MOESCH: Sim, e continua agora. É claro, o pouco que se consegue preservar é em
virtude do Código Florestal, imaginem sem o Código! Outras coisas incríveis: os morros com menos de 100 metros de altura
passam a não serem mais protegidos – isso pega Porto
Alegre. Nós temos mais de 20 morros com menos de 100 metros de altura, embora
nenhum morro passe a ser preservado na zona urbana, porque não tem mais APPs em
zona urbana. Mas isso pega também o Litoral, onde é comum, principalmente em
Santa Catarina, onde há morros na beira de praia com menos de 100 metros de
altura e que não mais terão a tutela, a previsão de proteção estabelecida no
Código Florestal desde 1934! Então, tem muita coisa por trás dessa alteração do
Código Florestal. Ele não foi feito para proteger, Ver. Haroldo de Souza, o
colono. Lá na terra dos meus pais, de Arroio do Meio, Capitão, ele não foi para
proteger o pequeno agricultor, o colono – como a gente chama –, porque senão não iriam acabar com a Área de Preservação Permanente em
zona urbana. E a especulação imobiliária pegou carona aí. Praticamente, não há
mais previsão de proteção para construir nessas áreas, pelo menos, não em lei
federal como era até agora, e ninguém legislou sobre isso porque havia lei
federal desde 34; depois 65, e até agora! Encerro dizendo o seguinte: se nós
temos alguma proteção do clima e alguma quantidade de qualidade de água é em
virtude das matas remanescentes, como a Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro,
instituída ainda pelo Imperador Dom Pedro II. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver.
Carlos Todeschini.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Haroldo,
dirigindo os trabalhos, obrigada; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o Ver.
Todeschini não pôde estar presente hoje, mas me cedeu o seu tempo, no qual
quero recompor aqui com V. Exas., com a sociedade, o tema das contratações
terceirizadas na Prefeitura de Porto Alegre.
Acho que temos de nos
responsabilizar – todos nós – com a terceirização dos serviços públicos, já que
a terceirização, vamos dizer assim, é um fenômeno dos novos tempos, sintoma da
Lei da Responsabilidade Fiscal, que comprimiu a possibilidade de os gestores,
Prefeitos e Governadores, de gastos com pessoal. Então, em muitas situações, é
uma forma de burlar ou de resolver o problema de limite com pessoal,
terceirizando serviços em áreas operacionais, fundamentalmente.
Porto Alegre
incorporou também essa terceirização em várias áreas. E, infelizmente, na
última década, dá para dizer, as cooperativas de trabalho acharam este caminho.
E digo infelizmente pela distorção produzida através de contratos via setor
público, porque as cooperativas nasceram para associar trabalhadores, donos do
seu próprio negócio, do seu trabalho; dividir o lucro desse trabalho; vender
juntos esse trabalho, Ver. Dr. Goulart, fazendo com que esse lucro não fosse
mais apropriado por outrem e, sim, pelos próprios trabalhadores.
Ora, no caso da área
de serviços e terceirização de serviços, a distorção que vem acontecendo é que,
ao ter de contratar grande grupo de trabalhadoras, os supostos presidentes de
cooperativas, na verdade, estabeleceram uma relação de mando, uma relação de
empregado/empregador, só que sem os direitos trabalhistas garantidos. Então,
Porto Alegre – e não é responsabilidade da Prefeitura,
inicialmente – passou a fazer editais públicos, facilmente ganhos
por cooperativas que não tinham de pagar direitos trabalhistas, não tinham de
pagar os direitos da CLT, portanto, poderiam oferecer um serviço muito mais barato
– aí ganhavam licitações. Com isso, nós tivemos períodos muito difíceis
para homens e mulheres da cidade de Porto Alegre, que passaram a trabalhar para
a Prefeitura com suas condições de trabalho extremamente aviltadas.
A experiência mais dramática foi a da Cooperativa
Meta, que desapareceu no ar, depois de aprontar lá por 2005, 2006, toda a sorte
de exploração de quase 900 mulheres que trabalhavam em cozinha e na limpeza nas
escolas municipais. Só isso já dá um exemplo de como essa Meta foi predatória.
Trabalhadoras que se machucavam, tinham o seu dia
descontado; trabalhadoras que não paravam nunca, e, se paravam por 15 dias, em
janeiro ou fevereiro, tinham dias descontados. Em vez de trabalharem o ano
inteiro, e nas férias receberem pelo trabalhado, essas trabalhadoras entravam
em férias e não tinham mais salário, não tinham dinheiro, nem recursos para
sobreviver nas férias.
Isso, lamentavelmente, nós vimos – não em trabalhos
forçados nos canaviais, ou em minas, como, talvez, fossem hipóteses que pudessem
ainda acontecer – no trabalho direto com a Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, dentro de escolas municipais.
Era um absurdo essa condição existir, e receberem
menos que o salário mínimo, sem equipamento de proteção – avental, luvas,
botas. E, aos poucos, pela reação das trabalhadoras, nós conseguimos, nesta
Casa, normatizar condições mínimas e dignas de trabalho via contratação
terceirizada. No ano passado, acho que há um ano e meio, temos um contrato – no
caso, a SMED –, e em outras Secretarias acabaram contratando empresas em função
da nova legislação, e, portanto, tiveram mais custos para as supostas
cooperativas, e as empresas conseguirem disputar esses contratos.
Porém, nós, na SMED, ainda temos uma situação na
qual uma cooperativa contrata celetistas, a Cootrario, e a SMED entendeu que
era possível prorrogar esses contratos, e transformá-los em CLT, exigir da
cooperativa o vínculo CLT. As cooperativas aceitaram achando que não iria mudar
muito, mas em agosto do ano passado, 900 mulheres passaram para o regime CLT.
Esse regime, de imediato, já concedeu a mulheres e homens – mulheres na sua
maioria – outra condição de vida. Em janeiro e fevereiro, já tiveram férias,
apesar de polêmicas, de receberem a metade, terem desconto, mas a posição já
mudou, com o INSS depositado. Só que muitas práticas que eram vinculadas a situações de cooperativas, continuaram. E aí, acho sim, que a
Cootrario ainda não entendeu que está trabalhando num regime CLT, que precisa
pagar em dia, que tem que pagar os valores conforme acordo coletivo. E aí chamo
a atenção, porque agora essas trabalhadoras têm sindicato, o Sindicato de
Asseio e Limpeza, que sindicato construiu acordos coletivos. Sobre ele eu não
tenho opinião, se foi positivo, se foi ganho ou não, eu acredito que sim. Este
acordo coletivo estabelece salários, vale-alimentação, condições de trabalho,
até direitos, Ver. Haroldo de Souza, para atender filho, ir ao médico. E esse
acordo coletivo tem que se assumido pela SMED como regra a ser cobrada do
contrato da Cootrario, mesmo ela sendo cooperativa. Esse acordo coletivo é
direito, é conquista dessas trabalhadoras, e elas ainda estão recebendo abaixo
do que prevê o acordo coletivo; ainda não recebem o vale-alimentação, como está
no acordo coletivo. Então, a luta não terminou, acho que a gente tem que chamar
a atenção, as cooperativas de trabalho precisam entender os novos tempos: tempo
de emprego, tempo de desenvolvimento neste País, tempo que o Governo Federal,
Ver. Nedel, investe em informação e qualificação, que inclui o Governo do
Estado, que inclui mais renda no Bolsa Família, para quem vai e entra numa
qualificação profissional; mais do que isso, o seguro-desemprego – esses são os
novos tempos! Na terceira vez em que você for buscar o seguro-desemprego, hoje,
você vai ter que entrar em formação profissional, essa é uma nova regra. Que
bom, Ver. Nedel, esses são momentos extraordinários que o Brasil vive e viverá.
E não pode esses novos tempos não beneficiarem os trabalhadores com contrato na
Prefeitura de Porto Alegre; esses novos tempos têm que chegar aqui, direitos
trabalhistas pagos em dia.
Ontem eu escutava, na
abertura do “Fronteiras do Pensamento”, o Prêmio Nobel de Economia, Amartya
Sen, e ele dizia que o Brasil é exemplo para o mundo, influencia o mundo, porque,
nas últimas duas décadas, o Brasil cresce, desenvolve o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano: melhora os seus indicadores,
incorpora populações, o Estado tem uma pró-atividade. O Prêmio Nobel de
Economia dizia que o Brasil e a Índia faziam isso pela democracia. Afirmava que
o debate público, que a consciência pública, que o aprofundamento do debate
público que acontece nas eleições, que acontece pelo processo democrático, faz
com que a pauta dos que passam fome e dos que estão na miséria venha para discussão
pública. É isso que vem transformando esses países e faz com que o Brasil viva
um novo momento. E aí ele distinguia a Rússia e a China, dizendo que lá não têm
a democracia que há na Índia e no Brasil; portanto, Brasil e Índia vão evoluir
muito mais rapidamente.
Eu faço aqui um intervalo e quero pedir ao Girardi
que, por favor, comunique ao Ver. Engenheiro Comassetto que eu combinei com o
Ver. Haroldo de Souza que ele faria os seus dois tempos após o Grande
Expediente – não sei se ele entendeu isso. Inclusive o Ver. Haroldo garantiu,
então eu fiquei tranquila. Fiquei preocupada agora porque vi que o Ver.
Engenheiro Comassetto se afastou, neste momento, do plenário.
Volto, então, para encerrar meu tempo, a trazer
essa reflexão para Porto Alegre. Acho que esta Casa, este ano, se debruçou
muito sobre o tema dos direitos dos trabalhadores, porque para cá vieram muitos
projetos de legislação, de mudança da condição salarial dos nossos
municipários, de várias áreas! Ainda tem o tema da Procuradoria que está
pendente.
E eu quero fazer aqui a minha defesa da
integralização da GIT, dos trabalhadores de nível superior desta Casa, desta
Câmara de Vereadores. Eles são fundamentais ao funcionamento desta Casa. Estão
num movimento que eu não acredito que a Mesa Diretora trate de uma forma, vamos
dizer assim, legalista, apenas encaminhe via Procuradoria. O Ver. Haroldo de
Souza está na Vice-Presidência, eu lembro aqui Ver. Haroldo, e V. Exa. sabe,
que os nossos servidores de nível superior ainda não alcançaram o mesmo valor
da GIT – Gratificação de Incentivo Tecnológico –, dos técnicos de nível
superior da Prefeitura de Porto Alegre. É disso que se trata, é um direito
importante. O ano passado, nós fizemos um esforço – nós, coletivamente, os
vários Partidos, Ver. DJ Cassiá, Vice-Presidente, todos os Vereadores que
compunham a Mesa Diretora –, não conseguimos chegar aos 100%, mas saímos dos
30% para os 72% ou 73%. E este ano é o ano da integralização, é importante que
se complete. Nós conseguimos, e esta Mesa atual, garantiu e já concedeu aumento
real acima da inflação dos 2,5%. Acho que tratar o nosso funcionalismo, da
Casa, exemplarmente, nos cacifa para receber os municipários, para discutir os
cooperativados, para discutir direitos trabalhistas. Sei que não há posição
contrária, só acho que agilidade, prioridade merecem os nossos trabalhadores de
nível superior.
Por outro lado, quero lembrar a todos os Vereadores
desta Casa que os municipários estão em movimentos pela sua data base. As
várias categorias já resolveram questões específicas, agora é hora do
tratamento geral. O Simpa reivindica 15%; o Simpa diz que essas perdas não são
perdas deste período, acredito,
inclusive o deste Prefeito. Inclusive, houve um parcelamento, dois ou três anos
atrás ainda, e que há alguma perda, mas a reivindicação do Sindicato dos
Municipários, de 15%, é bastante modesta. Acredito que o Prefeito consiga
equacionar o movimento dos trabalhadores do Simpa muito rapidamente porque as
reivindicações são bastante modestas.
Quero encerrar o meu pronunciamento dizendo que o
nosso nível superior aqui tem muita qualificação, me emocionou o encaminhamento
que fizeram com o concurso público nesta Casa. Estão de parabéns! Esse é um
exemplo; eu poderia falar das taquígrafas, da nossa Procuradoria, de todo o
nosso setor jurídico; todas as áreas são fundamentais para a qualidade do
trabalho, portanto, para a qualidade da democracia desta Cidade. Então, quero
dizer para vocês que a nossa Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, está
apoiando a integralização da GIT para o nível superior, e queremos agilidade
nessa resposta. Vocês merecem e, Ver. Haroldo, isso dá qualidade para o nosso
trabalho. Aqui está o Luiz Afonso, exemplar, que nos salva de todas as
enrascadas, de A, B, e poderia citar... Eu quero que os que não foram citados
me perdoem, mas quero dar um grande abraço e pedir que a nossa Casa,
coletivamente, todos os Partidos, priorize a integralização e complete a
valorização do funcionalismo, o que estamos fazendo nesses dois anos, e que só
foi possível porque... Vejam, o Presidente anterior, Tessaro, nós estávamos no
limite de gasto com pessoal, estava dramático. Não tem mágica de uma gestão
para outra; é um acúmulo, é coletivo isso. Parabéns pela luta! Que a resposta
seja rápida e positiva! (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Encerrado o Grande Expediente.
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em
Tempo Especial, conforme art. 94 do Regimento, e depois prossegue em
Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito obrigado, Sr. Presidente, Ver. Haroldo de
Souza. Eu vim aqui exercer esse direito de resposta e quero dizer à cidadania
de Porto Alegre que continuarei fazendo o debate com os meus 35 colegas
Vereadores. Esta Casa é uma Casa política, e, quando nós não temos concordância
com os temas de gestão, de postura, de caráter e de filosofia política, nós
temos todo direito de fazer o contraditório.
Eu não vou usar aqui as mesmas palavras que usou o
meu colega Ver. Beto Moesch, que eu respeito como pessoa, mas em quem eu não
acredito como político defensor da política ambiental – é um direito meu – e
quero mostrar à população de Porto Alegre por que ele foi um dos piores
Secretários do Meio Ambiente da cidade de Porto Alegre. Porque eu sempre
contribuí e continuo contribuindo com qualquer gestão do meu Partido ou mesmo
da oposição, e gostaria que a câmara filmasse a tela. (Procede a apresentação
em PowerPoint.)
Essa reunião foi no dia 3 de janeiro de 2005, dois
dias após o Ver. Beto Moesch assumir a Secretaria do Meio Ambiente. Um crime
ambiental na Zona Sul de Porto Alegre, mais precisamente na Ponta Grossa.
(Mostra foto em PowerPoint.) Eu fui levar a problemática ao Secretário – e
verifiquem se a minha postura é uma postura de desrespeito a um Secretário ou
se é uma postura de desrespeito a um gestor público –, confiando no seu
discurso, que é um discurso que convence a muitos. Mas de discursos e boas
intenções o mundo realmente está cheio. E, quando tratamos na política com “p”
maiúsculo, de debater temas da Cidade, de exigir a possibilidade do
contraditório, de concordar e discordar, e de representar, sim, a sociedade que
confiou em nós, nós não podemos escolher cores partidárias para fazer o
diálogo. Não podemos escolher cores partidárias, inclusive as nossas próprias,
para fazer as denúncias quando elas não são bem exercidas em nome da res publica ou em nome do serviço
público.
Nessa reunião, levei ao Secretário Beto Moesch a
destruição que estava ocorrendo no Retiro da Ponta Grossa, na orla, junto à
praia, num terreno com vegetação de mata atlântica, protegido por lei. E uma
pessoa que todos sabem que se apresentou para sociedade como um delinquente, o
ex-dono do Chalaça – que inclusive já foi morto e que se envolveu com todos os
tipos de crime, e todas as pessoas que se envolveram com ele também têm alguma
responsabilidade em um ou outro crime –, quando levei essa denúncia, estava
iniciando a destruição na Praia da Ponta Grossa.
Pedi ao Secretário que intercedesse e não deixasse
que aquilo acontecesse; isso foi nas primeiras semanas do mês de janeiro de
2005. Provavelmente foi o primeiro Pedido de Providência que o Secretário Beto
Moesch recebeu, e foi de um Vereador da oposição, a que por 16 anos governou a
Cidade. Pena que ele não esteja aqui. Ele é assim, ele faz acusações, mas não
fica para o debate. Não está aqui neste momento. Manda sua Assessoria buscar as
suas coisas aqui. Isso é uma falta de caráter, porque o debate tem que ser
feito frente a frente.
Na Praia da Ponta Grossa, um rapaz cujo nome agora
esqueci, o dono dessa área – que era o dono de uma boate também irregular,
ilegal, que funciona até hoje ali na rótula de Ipanema – que todos sabem que
era um dos maiores traficantes da região, contrabandista de armas, continuou a
destruição. O morador ao lado dessa casa, o seu Carlos Benst, registrou, na
época, o crime ambiental, que encaminhamos em conjunto ao Secretário Beto
Moesch. Esse vizinho foi agredido, teve a sua casa roubada, teve o seu braço
quebrado, teve a sua câmara fotográfica e os seus equipamentos roubados.
Aqui está o resultado, em 2012. (Mostra foto em
PowerPoint.) O que nós temos ali, se todos conseguem ver, bem no meio, ali está
a casa desse senhor, construída com a licença da Prefeitura Municipal. E, mais
do que isso, ele avançou com os seus muros, interrompeu a praia, o vai e vem da
população, fez uma rampa para os barcos descerem diretamente na água – e, todos
sabem, a Justiça também, porque ele fazia isso para traficar drogas e armas.
O Secretário do Meio Ambiente na época, desta Casa,
recebeu as denúncias por mim e nada fez. E aí está o prédio. Como ele foi
construído? Com licença da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. E todos nós
sabemos que, para construir uma casa como essa, um crime ambiental, tem que ter
a licença, inclusive a conivência da Secretaria do Meio Ambiente. Eu estou
trazendo um caso aqui hoje, na próxima semana virão outros, inclusive os das
licenças ambientais que foram expedidas na SMAM – portanto, de 2005 a 2008 –,
sendo que passou por isso a revisão do Plano Diretor.
A gestão da SMAM – eu gostaria que a câmera
mostrasse para população de Porto Alegre com proximidade, por favor, e que
deixasse a câmara ali nesses últimos minutos que faltam. (Aponta para foto em
PowerPoint.) Crimes ambientais por não fiscalização da SMAM na gestão do Beto
Moesch. Ocupação irregular em áreas ambientas na gestão do Secretário Beto
Moesch, lá em Belém Novo e no Lami – eu gostaria que a câmera filmasse, por
favor. A não realização dos estudos da área do ambiente natural para o Plano
Diretor. Nós fizemos a revisão do Plano Diretor, e o
Secretário Beto Moesch não realizou essa tarefa. A Cidade ainda está devendo
isso. O licenciamento e construção, como é aquele caso ali, em área ambiental,
protegida, por causa do ambiente natural.
Portanto, eu faço
este debate com o ex-Secretário Beto Moesch e com qualquer outro com quem eu
tenha discordância. Meu papel, aqui, é trazer o contraditório e exigir que
qualquer um de nós, que tenha função pública, tenha responsabilidade pública e
transparência.
Será que para a
construção nessas áreas ambientais, licenciadas pela Prefeitura Municipal, como
todos sabem, meus amigos lá de Ipanema sabem, inclusive no caso desse senhor,
que conseguiu uma licença dessas – e ele foi morto logo
depois, pelos seus próprios comparsas, pois era um grande traficante, – sem que a Secretaria do Meio Ambiente interceda, deixando isso ser
feito, o Secretário não tem nenhuma responsabilidade nisso? Eu faço essa
pergunta. E digo mais: será que alguns desses benefícios gerados por esta
atuação ilícita ajudaram na construção desta casa e no seu licenciamento? É
isso que eu discuto com o Secretário Beto Moesch! Porque ele vir aqui...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h29min.)
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